Conteúdo de estreia da 'ATravessar: Revista de Acompanhamento Terapêutico'
A primeira edição circula com 120 páginas, nove artigos e duas resenhas.
Em Desencontros e Encontros, Marilena Chaui toma como referência a fenomenologia Merleau-Pontiana e parte das origens sociais e teóricas do desencontro para examinar como desfazer as determinações que impedem o encontro e como a intersubjetividade pode ser percebida como originária.
Em seguida, Kuras de Mauer e Resnizky trazem Acompanhamento Terapêutico e Lógicas Fraternas no qual nos falam da ideia de focalizar na hierarquia dos laços fraternos uma suplementação Edípica, considerando três tempos do vínculo fraterno: supressão, conjunção e diferenciação, relacionados às respectivas formas de vínculos fraternos entre o Acompanhante Terapêutico e seu paciente.
JJ, O Menino Sol: O AT na Volta para Casa é o artigo de Luciana Chaui-Berlinck que apresenta um projeto de implementação de uma estratégia para a facilitação dos processos de alta hospitalar de pacientes internados em hospitais psiquiátricos.
Já Mayda Portela escreve El A-Fectarse del at y sus Efectos en el Tratamiento, no qual reflete sobre o que acontece no encontro entre paciente e at. Questiona o deixar-se afetar pelo paciente e a necessidade de se cuidar desse vínculo e pensá-lo como uma variável que propicie ou breque o trabalho.
Kleber Barretto resgata a beleza de Guimarães Rosa em A Terceira Margem Do Rio: Reflexões para uma Ética do Acompanhar, que discute aspectos da ética no AT a partir das contribuições de Gilberto Safra e de um conto de Guimarães Rosa.
Em Encuadre Abierto y Clínica de lo Cotidiano, Leonel Dozza traz para a cena a dificuldade dos acompanhantes terapêuticos para lidar com a noção de enquadre aberto.
Instantes de encontros com crianças e adolescentes nas ruas de São Paulo é o artigo de Fernanda Quirino Ramos e Thiago Majolo que vai das ruas urbanas aos encontros terapêuticos com crianças e adolescentes moradores de rua no centro da cidade de São Paulo.
Uma delimitação conceitual clara entre papel e função, é o que Alejandro Chévez busca discutir no artigo El rol, la autopercepción del rol y la función.
No último artigo Acompanhamento terapêutico: uma clinica assentada na ética, Gilberto Safra brinda o leitor com sua contribuição às discussões realizadas no campo do AT, quando busca apontar alguns princípios éticos fundamentais na prática de Acompanhamento Terapêutico. Entre esses princípios aborda-se a hospitalidade, o acolhimento da singularidade, a busca do acompanhado pela pessoa subjacente ao lugar profissional do Acompanhante Terapêutico.
A revista traz ainda duas resenhas de livros recém lançados no campo, um brasileiro e um argentino. Ana Celeste de Araújo Pitiá fala sobre o livro de Luciana Chaui-Berlinck, Os Novos Andarilhos do Bem: Caminhos do Acompanhamento Terapêutico e Daniela Della Torre escreve sobre o livro de Laura Frank e Pablo Dragoto, Acompañantes: conceptualizaciones del Acompañamiento Terapêuticocomo dispositivo en el campo de la salud mental.
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