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Pesquisa documental revela as faces da segurança pública no sertão pernambucano a partir de seus agentes
Apr 24, 2012
Delinquência, banditismo, violência. Ainda que de grande atualidade, a questão da segurança pública remonta à própria história do país. Para melhor compreender o fenômeno, o antropólogo Jorge Mattar Villela debruçou-se sobre os documentos dos agentes públicos voltados à manutenção da ordem no Estado de Pernambuco, durante a Primeira República (1889-1930). A partir da análise dos discursos e textos oficiais de quatro grupos distintos – governadores, chefes de polícia, secretários gerais e parlamentares –, Villela mostra como as autoridades responsáveis pela segurança pública lidaram com os distúrbios iminentes ou existentes em suas respectivas épocas e períodos de mando. O resultado de seus achados podem agora ser conferidos em 'Ordem pública e segurança individual: política e polícia no sertão de Pernambuco', lançamento da EdUFSCar.
O livro demonstra o modo como as reflexões de políticos, juristas e policiais alocaram o sertão como uma região caracterizada pelo atraso, pela ignorância e que deveria ter como alvo um projeto simultaneamente civilizatório e repressivo. Ao mesmo tempo, aponta diferentes ações e preocupações políticas e policiais segundo a clivagem da época: a ordem pública e a segurança individual.
O estudo deste período de 41 anos revela que não houve unidade que pudesse configurá-lo como um monobloco. Apesar da continuidade aparente na sucessão de diversos governos, as disputas internas jamais deixaram de ocorrer. Ao invés de um olhar meramente histórico, Villela revela as diferentes preocupações, classificações, modos de dividir o mundo e objetivos públicos e privados que nortearam a questão, contrapondo universos como o sertão ou interior e a capital ou o litoral, com suas respectivas políticas, sociedades e tipos de crime. Sua análise busca, acima de tudo, tornar inteligível as visões de cada grupo. “Trato os documentos como fabricações e não como testemunhos de fatos históricos”, explica o autor. Aqui, os documentos são encarados como o efeito da ação humana e da sua relação política, na administração da ordem, governo após governo.
Para Moacir Palmeira, professor do Programa de Pós-Graduação do Museu Nacional (UFRJ), o livro é uma referência: “Leiam com atenção as páginas a seguir. Na sua simplicidade, no seu estilo direto, abordam um tema que, num outro contexto, e envolvendo outros personagens, é de grande atualidade”, recomenda na apresentação que faz à obra.
Sobre o autor - Jorge Mattar Villela é antropólogo, professor de Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos. Faz pesquisa há 11 anos nas microrregiões do Vale do Pajeú e Itaparica, mesorregiões do Sertão e do São Francisco, no Estado de Pernambuco. Além de diversos artigos sobre violência, família e política, é autor dos livros Povo em Armas. Política e violência no Sertão de Pernambuco; Política e eleições no Sertão de Pernambuco.O povo em armas; e co autor de Andarilhos de Cangaceiros, em colaboração com Ana Cláudia Marques e Felipe Brognoli.
Título: Ordem pública e segurança individual: política e polícia no sertão de Pernambuco
Autor: Jorge Mattar Villela
Número de páginas: 136
Formato: 21 x 14 cm
Preço: R$ 22,00
ISBN: 978-85-7600-235-2
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