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Socióloga investiga como o gênero e a sexualidade refletem no ideário dominante do mundo do Direito
Nov 26, 2013
Especialista na área de Sociologia das Profissões, Maria da Gloria Bonelli investigou empiricamente as relações entre as profissões jurídicas e o ingresso de mulheres e da homoafetividade nas carreiras públicas e na advocacia privada em São Paulo. Seu ponto de partida foram indagações a respeito do impacto do profissionalismo sobre essas diferenças e vice-versa, como o gênero e a sexualidade refletem no ideário dominante no mundo do Direito. Os resultados são agora apresentados em 'Profissionalismo, gênero e diferença nas carreiras jurídicas', lançamento da EdUSFCar.
O livro desvenda aquilo que ideologicamente foi construído como separado: de um lado, o profissionalismo, a neutralidade da expertise, a dimensão pública, impessoal e objetiva; do outro, os marcadores da diferença, sua restrição ao privado, pessoal, subjetivo. Essa lógica profissional continua sendo a mesma? Continua predominando a visão de que na profissão o que conta é o saber, a competência técnica superando diferenças que não medem o desempenho? O gênero e a sexualidade foram neutralizados pelo profissionalismo? Houve mudança nesses valores em decorrência da composição mais plural das carreiras?
Cada capítulo do livro aborda um perfil profissional. O primeiro dedica-se à magistratura estadual e a federal em São Paulo; no segundo, a clivagem se dá entre a advocacia privada e a carreira pública da magistratura no que diz respeito às percepções da diferença. Em seguida, a atenção se volta aos promotores e procuradores de justiça de São Paulo e para os procuradores federais atuantes neste Estado. No quarto, o foco recai sobre dois órgãos em que há expressiva participação feminina: a Defensoria Pública e a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo.
Nas conclusões, a autora aponta o ingresso da diferença nas profissões analisadas tem impactos distintos, “mas todas elas apresentam-se interseccionadas pelos marcadores sociais que vão descentrando a identidade profissional de uma posição fixa no núcleo do self”. O momento de consolidação do profissionalismo é um fator que influencia a maior ou menor abertura à diversidade. “Se as portas de entrada da carreira foram fechadas pela lógica profissional predominante antes da incorporação de mulheres e da homoafetividade, observa-se maior estratificação por gênero no interior da profissão. Se a inclusão da diferença antecede tal fechamento, a carreira se apresenta menos estratificada segundo essas marcas, não conformando guetos femininos ou segmentações generificadas”, explica a socióloga.
Sobre a autora – Maria da Gloria Bonelli é formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), com doutorado em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (1993), e bolsa sanduíche na Northwestern University (1991). Desenvolveu pós-doutorado na American Bar Foundation, Chicago (1996) e no Instituto Internacional de Sociologia Jurídica de Oñati, País Basco (2006). Atualmente é professora titular do Departamento de Sociologia, da Universidade Federal de São Carlos.
Título: Profissionalismo, gênero e
diferença nas carreiras jurídicas
Autora: Maria da Gloria Bonelli
Número de páginas:
139
Formato:
14 x 21 cm
Preço: R$
28,00
ISBN: 978-85-7600-316-8
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