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Coletânea resgata passado e presente dos povos indígenas em São Paulo
Aug 22, 2016
De acordo com o recenseamento realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 41.981 índios vivem em aldeias e em áreas urbanas no estado de São Paulo. Em 'Povos indígenas em São Paulo: novos olhares', lançamento da EdUFSCar, Amanda Cristina Danaga e Edmundo Antonio Peggion reúnem estudos recentes sobre os povos indígenas que habitam ou habitaram tanto o litoral quanto o interior paulista, apresentando um panorama da história e da atualidade dessas populações que resistiram e ainda resistem na defesa de seus direitos e de seus modos de vida.
O livro organiza-se em quatro partes. A seção “historicidade” traz uma reflexão sobre a presença e a escravização dos indígenas em São Paulo e do contato com os europeus durante o período colonial. Relata as transformações das políticas indigenistas desse momento com um panorama etnográfico que localiza cada grupo no estado. Apresenta ainda uma discussão sobre a ocupação no interior e analisa a presença dos Kaingang com base em documentos e histórias sobre sua pacificação no oeste paulista.
A segunda, sobre “territorialidade”, delineia as diversas formas de organização sociopolítica das redes Guarani, articulando noções como territorialidade e território. Traz dados sobre a aldeia Tenonde Porã e descreve como distintos coletivos Mbya se organizam dentro de uma mesma Terra Indígena com grande contingente populacional. Exprime também os modos pelos quais os Tupi Guarani de Barão de Antonina (aldeia Phyau) procuram "viver bem" como no "tempo dos antigos". Intitulada “saberes”, a terceira parte propõe pensar sobre como as experiências de mobilidade e a comunicação entre pessoas e lugares podem colaborar com o exercício e a circulação das erudições. Aponta como os Mbya adquirem conhecimento que advêm do plano vertical (divindades) para orientar e curar o plano horizontal (vida terrena) e discute sobre as crianças indígenas e sua permanência nos espaços das casas de suas mães e avós maternas.
A última parte, “diferenças e identidades”, trata dos vínculos entre famílias tupi guarani do litoral paulista. Oferece uma descrição dos processos de constituição de pessoas, parentes e "grupos" e das relações empregadas pelas famílias da aldeia Vanuíre (Arco-Íris-SP) e finaliza com os Tupi Guarani da Terra Indígena Piaçaguera, no litoral sul.
Voltado não apenas para pesquisadores e professores do ensino fundamental e médio, este livro é uma tentativa de mostrar que os povos indígenas do estado são atuais, vivem na contemporaneidade e podem contribuir com nosso presente, mostrando que há certos valores e perspectivas que resistem a todo tipo de pressão.
Sobre os organizadores – Amanda Cristina Danaga possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde atualmente cursa o doutorado. Edmundo Antonio Peggion possui graduação em Ciências Sociais (Unesp), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-Doutorado pelo Dipartimento Uomo & Territorio da Università Degli Studi di Perugia, na Itália.
Título: Povos indígenas em São Paulo: novos olhares
Organizadores: Amanda Cristina Danaga e Edmundo Antonio Peggion
Número de páginas: 310
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 44,00
ISBN: 978-85-7600-435-6
Mais informações sobre os livros da EdUFSCar estão disponíveis no site www.editora.ufscar.br
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