Jogos auxiliam no ensino da matemática

Jogar e brincar são atividades muito sérias e necessárias ao pleno desenvolvimento social, cultural e emocional de crianças, jovens e adultos. A utilização de jogos pode auxiliar no ensino de diversas disciplinas, como a Matemática. O jogo, entendido como resolução de problemas, pode motivar e desafiar alunos e envolvê-los nas atividades, fazendo com que elaborem, investiguem ou adquiram conteúdos matemáticos. 

Para que as crianças avancem em sua compreensão sobre os números, a Escola Santi desenvolve o projeto Jogos matemáticos, em que brincadeiras como “Trilha”, “50 casas”, “Jogo do Castelo”, “Bingo”, “Batalha de números”, dentre outras, criam situações problemáticas que possibilitam aos estudantes avançarem em seus conhecimentos sobre o universo dos números e das operações, com uma grande troca de experiência entre eles. A experiência é adaptada para todos os níveis, a partir da Educação Infantil.

De acordo com a professora do 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Santi, Paula Araújo, cada jogo tem um desafio e um objetivo para que os alunos lancem mão de seus conhecimentos e reflitam junto com os colegas. “Eles fazem previsões de somas que são possíveis para não passar de 20; ponderam na organização das cartas de maneira que formem o maior número possível; pensam no valor de um algarismo dentro de um número e somam mentalmente dezenas”, descreve Paula.

A iniciativa ainda propicia interação entre as crianças por meio de desafios enfrentados durante esse trabalho de contagens, cálculos, leitura de números, comparações e composições numéricas. Ao longo dessa troca de experiência, eles aprendem também a negociar, a considerar as opiniões dos outros e a argumentar sobre suas posições. 

Para a professora do 1º ano, Priscilla Prudêncio, os jogos permitem problematizações propícias à reflexão sobre o sistema de numeração e cabe ao professor abrir espaços de conversa sobre o que acontece durante os jogos. “Durante o jogo as crianças estão ocupadas, não somente, em jogar. É nas conversas coletivas que o professor levanta perguntas que permitem que as crianças reflitam sobre o funcionamento do sistema de numeração e suas regularidades”, explica Prudêncio. “As crianças vão se dando conta de que o resultado de alguns jogos depende menos do acaso do que de estratégias relacionadas aos números e, desse modo, vão se tornando melhores jogadores, com procedimentos mais eficazes”.

Dessa maneira, os jogos se mostram eficazes para a ampliação das reflexões sobre os números, ajudando a aprimorar a capacidade de montar estratégias que envolvem jogadas, cálculos, contagens e o reconhecimento de valores numéricos. “Trabalhando com jogos, as crianças conseguem avançar em suas aprendizagens de maneira lúdica”, afirma Paula Araújo.

Os conhecimentos matemáticos apropriados à turma extrapolam a realização de contas e resolução de problemas; alunos avançam em seus conhecimentos sobre essa ciência exata ao fazer uso de uma linguagem que contemple o registro e a comunicação oral para falar sobre seus saberes relacionados à área a partir de suas experiências, das reflexões com seus parceiros de grupo e das problematizações de seus colegas e professores. Segundo Priscilla Prudêncio, essa discussão coletiva promove a circulação de saberes no grupo. “Ao ouvir os colegas, elas podem se dar conta de aspectos que não tinham observado sozinhas. Por outro lado, ao explicar suas hipóteses e conclusões, fazem um exercício de elaboração e organização dos seus saberes, o que é fundamental para que gradualmente construam um pensamento matemático” afirma. 

Cecília Diniz, também professora do 1º ano, conta que depois que as crianças estão bem familiarizadas com os jogos, cada sala confecciona um jogo que fica para o repertório daquele ano. “Elas se divertem muito nesse processo, e ficam muito orgulhosas de sua produção.”

Mais informações estão disponíveis no site www.escolasanti.com.br