O ensino da linguagem para pensar e criar

O processo de ensino-aprendizagem da produção escrita de textos não vem obtendo o sucesso esperado nos últimos anos. Apesar de escolas, professores e cientistas da linguagem concentrarem esforços nessa área, grande parte de estudantes ingressante no Ensino Superior não consegue expressar no texto escrito suas idéias com coerência lógica e criatividade. Diante dessa realidade, a obra Textualidade e ensino, de Maria Conceição Alves de Lima, lançada pela Editora UNESP, traz uma proposta transformadora da prática docente na área da produção textual escrita. 

O livro divide-se em quatro capítulos e um apêndice. No primeiro deles, a autora aborda aspectos da Lingüística e da Psicolingüística tanto para analisar o desempenho de alunos da primeira sério do Ensino Superior como para propor um ensino que inclua elementos lógico-semântico-cognitivos da linguagem. Partindo da concepção de linguagem como atividade verbal, Maria Conceição discorre sobre o papel da linguagem como mediadora da interação humana. Em seguida, caracteriza a aquisição da linguagem escrita em face da oralidade e da linguagem interior preconizada por Lev Vygotski. Por último, defende uma concepção de ensino de produção textual coerente com a teoria vygotskiana da zona proximal de desenvolvimento.

No segundo capítulo, Maria Conceição analisa, levando em conta aspectos lógico-semântico-cognitivos, o desempenho discursivo escrito de alunos do curso de Letras e outras licenciaturas, recém-egressos do Ensino Médio. A discussão dos resultados obtidos constitui o terceiro capítulo. Neste também são apresentados mais dois experimentos. O primeiro envolve a aplicação de algumas estratégias que buscam atenuar as situações artificiais de produção textual na escola, e o segundo enfatiza a necessidade da prática de um ensino dialético-dialógico da escrita.

O quarto capítulo destina-se ao encaminhamento de questões julgadas relevantes à revitalização e/ ou ao redirecionamento lingüístico-pedagógico da atividade da linguagem em geral, e da produção textual escrita em particular. No Apêndice, Maria Conceição apresenta, sob a forma de atividades lingüísticas, uma série de estratégias didático-pedagógicas, como sugestão aos professores empenhados em conferir maior eficácia ao processo de ensino-aprendizagem da produção escrita de textos.

Textualidade e ensino atenta para a necessidade de um letramento dedicado a pensar e a criar, para que os usuários da língua estejam plenamente desenvolvidos em termos de uso da linguagem. Pois, além da dimensão cultural e escolar da linguagem, outro aspecto mostra-se relevante: o domínio do padrão culto da língua, principalmente em sua forma escrita, considerado, social e historicamente, como um dos fatores preponderantes de acesso ao poder e, conseqüentemente, um instrumento vital na luta das classes menos favorecidas na conquista da cidadania.

Sobre a autora – Maria Conceição Alves de Lima é docente do curso de Letras (graduação e pós-graduação) da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Desenvolve pesquisas na área de Lingüística Aplicada, especialmente na produção de textos, com ênfase, atualmente, no uso de tecnologias digitais, em parceria com a Unicamp/ Instituto de Estudos da Linguagem (IEL).

Título: Textualidade e ensino: os aspectos lógico-semântico-cognitivos da linguagem e o desempenho discursivo escolar
Autora: Maria Conceição Alves de Lima
Número de páginas: 231
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 45
ISBN: 85-7139-720-1
Data de publicação: 2006

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