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A crítica ao determinismo da Era do Genoma
Mar 20, 2007
Em Promessas do Genoma, lançamento da Editora UNESP, o jornalista Marcelo Leite busca na mobilização retórica e política os fatores que explicam a comoção responsável pela idealização de uma revolução biomédica e biotecnológica movida por visões simplistas da atividade científica. Leite descreve como hipérboles − como “Nova Era”, “Santo Graal da biologia” e “Livro da Vida” − conferiram um caráter épico, mas impreciso e exagerado, à divulgação do Projeto Genoma Humano. Também questiona a noção de gene como informação, a “face visível da moeda que tem no anverso a miragem gnóstica de uma bala de prata para curar todos os males do mundo”.
A euforia com a finalização do Projeto Genoma Humano rapidamente produziu a imagem de uma nova era para a humanidade. Em Promessas do Genoma, lançamento da Editora UNESP, o jornalista Marcelo Leite busca na mobilização retórica e política os fatores que explicam a comoção responsável pela idealização de uma revolução biomédica e biotecnológica movida por visões simplistas da atividade científica.
Leite descreve como hipérboles − como “Nova Era”, “Santo Graal da biologia” e “Livro da Vida” − conferiram um caráter épico, mas impreciso e exagerado, à divulgação do seqüenciamento do genoma humano em 2001. Neste processo, critica as teses do determinismo genético, mostrando que estas são inconciliáveis com diversos resultados empíricos da própria pesquisa genômica. À noção propagada de DNA como destino, o autor contrapõe uma concepção sistêmica da biologia, que valoriza também outras interações e fatores no desenvolvimento de organismos.
Leite segue adiante e questiona a noção de gene como informação, a “face visível da moeda que tem no anverso a miragem gnóstica de uma bala de prata para curar todos os males do mundo”. Analisa a perspectiva na qual o gene é entendido como ícone da função biológica e, livre da “carga incômoda da especificidade biológica”, se torna “móvel, virtual e manipulável o bastante para circular desimpedidamente pelos bancos de dados e de propriedade intelectual”.
Não nega o papel relevante que a genômica tem a ocupar na sociedade contemporânea, mas enfatiza a necessidade de confrontar as metáforas e os efeitos sociopolíticos da visão determinista. Como salienta Gonçalo Guimarães Pereira, do Instituto de Biologia da UNICAMP, Promessas do Genoma preenche uma lacuna justamente no momento em que o Brasil se torna um expoente da genômica e precisa agora ”definir os seus próximos passos e montar uma estratégia realista, sem exageros”.
Sobre o autor – Marcelo Leite, doutor em Ciências Sociais, é jornalista free-lancer, colunista do jornal Folha de S.Paulo e responsável pelo blog Ciência em Dia. É autor dos livros Os alimentos transgênicos (2000), A floresta amazônica (2001) e O DNA (2003), todos pela Publifolha. Pela Editora Ática, publicou os livros paradidáticos Amazônia, Terra com Futuro (2005), Meio Ambiente e Sociedade (2005) e Pantanal, O Mosaico das Águas (2006).
Título: Promessas do genoma
Autor: Marcelo Leite
Número de páginas: 243
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 30
ISBN: 85-7139-733
Data de publicação: 2007
Os livros da Fundação Editora da UNESP podem ser adquiridos pelo site: www.editoraunesp.com.br
EVENTO DE LANÇAMENTO
Promessas do Genoma será lançado na próxima terça-feira, dia 27 de março, às 20h, no auditório da Folha de S. Paulo (Al. Barão de Limeira, 425, 9° andar).
Na ocasião, haverá um debate que contará com a participação do filósofo da ciência Hugh Lacey (Swarthmore College) e com os geneticistas Mayana Zatz (pró-reitora de Pesquisa da USP) e Gonçalo Guimarães Amarante Pereira (Unicamp).
As pessoas interessadas deverão se inscrever até o dia do lançamento pelo telefone (11) 3224-3473, de segunda à sexta das 14 às 19h, ou por e-mail: [email protected].
Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da UNESP:
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