A mulher em debate nas publicações da Editora UNESP

A proximidade ao Dia Internacional da Mulher é uma ótima oportunidade para revisitar a bibliografia existente no Brasil sobre o tema, já que as atenções voltam-se à mulher. Diversos títulos da Editora UNESP abordam especificamente a vida, sexualidade, saúde, lutas e direitos da mulher, entre outros assuntos.

O recém-lançado Noivas da Seca, de Lalada Dalglish, retrata o belo trabalho de ceramistas do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, região tradicionalmente conhecida pela pobreza e pela seca. De outro ângulo, Vida e esperanças, de Anne Line Dalsgaard, discorre sobre a esterilização de mulheres de uma região pobre do Nordeste, num mundo repleto de controles, violência, emoções e resistência.

A obra O corpo feminino em debate, organizado por Maria Izilda S. de Matos e Rachel Soihet, é uma coletânea de artigos de pesquisadores brasileiros e europeus que discutem o corpo feminino nas representações do discurso médico, legal, religioso, midiático, cotidiano, artístico e literário. Em A transformação da intimidade, de Anthony Giddens, desenvolve-se um estudo sobre a sexualidade, o amor e o erotismo nas sociedades modernas, temática estreitamente associada às questões de gênero.

Também tratam da sexualidade feminina os livros O Sexo da Mulher, de Gerard Zwang, que fala de forma franca sobre o sexo feminino e seus mecanismos, e Razão, “Cor” e Desejo, de Laura Moutinho, no qual a autora discute a questão das relações raciais e sexuais no Brasil.

Parto Normal ou Cesárea?, de Simone Grilo Diniz e Ana Cristina Duarte, é um livro elucidativo que mostra a possibilidade de partos humanizados, com segurança e satisfação. Ainda no campo da saúde, Dar a vida e cuidar da vida, de Lucila Scavone, traz artigos que analisam as condições do gerenciamento da contracepção, os riscos físicos e morais das técnicas do aborto clandestino e a relação das mulheres com os seus companheiros durante o processo.

A presença das mulheres nos mais diferentes contextos e épocas da história do país é refletida nos ensaios de História das Mulheres no Brasil, organizado por Mary Del Priore e Carla Bassanezi. No livro Mulheres na elite política brasileira, Lúcia Avelar analisa como a mulher conquistou seu direito à cidadania e as diversas maneiras que encontrou para ocupar espaço na administração pública federal, no poder judiciário, no ministério público, nos movimentos sociais e no poder executivo municipal, estadual e federal.

Ainda dentro do gênero de política, destacam-se Mulheres Públicas, em que a autora Michelle Perrot dirige o olhar para mulheres que insistem em ocupar a arena pública, em meio a uma sociedade que resiste a incluí-las. Em Princesa Isabel do Brasil, Roderick J. Barman reúne documentação inédita e farto material iconográfico da própria família imperial, retratando a vida e trajetória pública de D. Isabel, a princesa imperial e legítima herdeira do trono de D. Pedro II.

Álbum de leitura, de Lílian de Lacerda, percorre a história de vida e de leitura de um grupo de escritoras brasileiras nascidas entre 1843 e 1916, como Maria José Dupré e Zélia Gattai, para retratar a luta da mulher na conquista ao direito à alfabetização, escolarização, profissionalização e participação na vida pública.

Na área de literatura e educação, encontram-se também os livros Em busca dos contos perdidos, de Mariza B. T. Mendes – sobre o significado das funções femininas (princesas, bruxas e fadas) nos contos de Perrault – e Mulher e Educação, de Jane Soares de Almeida, que aborda a feminização da profissão de professora no fim do século XIX até os anos 1930.

A questão da agressão é contemplada em Violência dói e não é direito, de autoria de vários pesquisadores, trata da violência contra a mulher como uma questão social e de saúde pública, a partir de casos reais de abusos e agressões, em especial no âmbito das relações domésticas.

Os livros da Fundação Editora da UNESP podem ser adquiridos pelo site: www.editoraunesp.com.br