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Pesquisadora discute as transformações e a popularização do carnaval paulistano
Feb 11, 2009
Analisar os diferentes sentidos que foram atribuídos pelos contemporâneos e pela bibliografia especializada durante o período entre 1923 e 1938 sobre o carnaval paulista é o desafio proposto por Zélia Lopes da Silva em Os carnavais de rua e dos clubes na cidade de São Paulo.
Este lançamento da Editora Unesp, em parceria com a Eduel, percorre as principais transformações nas brincadeiras e festejos, explicando as metamorfoses sofridas, na forma e também em sua natureza. De festa organizada para a elite divertir-se paulatinamente transforma-se em símbolo nacional e um ótimo negócio para os setores organizados em sua volta.
A pesquisa apontou para disputas ocorridas nesses carnavais, revelando os vínculos e as diferenças de classes, presentes na organização e estruturação dos espaços. Inicialmente o carnaval estava submetido a regras instituídas no início da República, no qual predominava o chamado carnaval elegante praticado pelas famílias endinheiradas que exibiam luxuosos carros alegóricos e festejavam em ricos bailes à fantasia.
Mas durante as décadas de 1910 e 1920, começaram a surgir outras brincadeiras que compunham o carnaval de rua, estruturadas em blocos populares, marcados pelo ritmo do samba e do batuque, originários do universo cultural dos segmentos afro-brasileiros. Esse interesse popular ganhou força na década de 1930 sendo incorporado aos festejos oficiais. Nessa época surgiram as comissões julgadoras oficiais, formadas por poetas, músicos, artistas plásticos e representantes do poder público.
Ao mesmo tempo em que essa aceitação do carnaval popular representou um avanço, ela culminou com a imposição de um modelo único. Antigas formas espontâneas de expressão, como as sátiras e as transgressões, foram perdendo espaço. Algumas medidas como a proibição do uso de máscaras, dificultaram a metamorfose do folião, de sujeito em personagem.
Se por um lado a fluidez do texto de Os carnavais de rua e dos clubes na cidade de São Paulo e a beleza de suas imagens instigam a leitura do leitor não-especializado, por outro o livro tem o mérito de contemplar uma vasta documentação, que interpretada por Zélia Lopes desperta o interesse do leitor especializado, principalmente pelas análises do material iconográfico como telas de pintores, caricaturas, capas de revistas e fotografias. E preenche uma lacuna, já que a bibliografia sobre o tema, apesar do interesse de antropólogos, historiadores e outros estudiosos, ainda é escassa, principalmente em relação ao tema trabalhado pela pesquisadora.
Sobre a autora – Zélia Lopes da Silva é professora de História do Brasil nos cursos de graduação e pós-graduação da Unesp, câmpus de Assis. Graduada em História pela Universidade de Brasília, mestra pela Unicamp, doutora pela USP e livre-docente, em 2004 pela Unesp. Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História, da Unesp/Assis, entre 1997 e 1999, e supervisora do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (Cedap).
Título: Os carnavais de rua e dos clubes na cidade de São Paulo
Autor: Zélia Lopes da Silva
Número de páginas: 268
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 48
ISBN: 978-85-7139-857-3
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