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Pesquisador reflete sobre o movimento da Escola Nova na educação brasileira

Dec 11, 2009

O período entre as décadas de 1920 e 1930 no Brasil foi marcado por tensões sociais, impulsos industriais e a efervescência das ideias modernistas, com a mobilização de vanguardas políticas, estéticas e culturais. No campo da educação, surgia um forte movimento de renovação do ensino denominado Escola Nova. Carlos Monarcha, em seu livro Brasil arcaico, Escola Nova – Ciência, técnica e utopia nos anos 1920-1930, lançamento da Editora Unesp, narra esta esperança por um novo tempo baseado na técnica e na ciência e capaz de promover formas inéditas de governo coletivo e gestão de indivíduos.

Na primeira parte da obra, o autor apresenta um aprofundado prólogo sobre a morte do saber clássico, que se baseia na educação como formadora da pessoa autônoma. O escolanovismo defende que a função da escola não seja apenas formar, mas reconstruir permanentemente a aprendizagem através da vivência. Nas partes subsequentes, tematiza a emergência e a consolidação da Escola Nova em âmbito mundial.

Para tanto, o autor faz uma reflexão sobre as relações entre localismo e cosmopolitismo, isto é, entre o local e o universal num momento crucial da história do Brasil, no qual houve expressiva e não menos controversa ampliação da consciência social.

Ao longo da obra, Monarcha mostra o país despertando para uma nova realidade, em um mundo mecânico e mecanizado, racional e racionalizado. No início do caos dos centros urbanos, surge o ideal de reconstrução da sociedade pela cultura, e é neste contexto que o conceito de Escola Nova toma consistência. Começa neste momento a transição do conhecimento teórico para a ação transformadora, com o pensamento sendo colocado em prática, movido pela vontade de trazer o mesmo progresso que é visto na técnica e na ciência para a vida comum.

Brasil arcaico, Escola Nova é um ensaio documentado, compreendendo-se por ensaio uma forma textual descontínua e aberta, e, portanto, sujeita a interpretação e reinterpretação. O desenrolar do livro se dá por entrelaçamento de ideias, não por enredo linear, ouvindo as vozes dos sujeitos da época para revelar uma polifonia de devoções e esperanças que arremetem para o futuro, já que questões e problemas de outrora ainda permanecem sem solução.

Sobre o autor – Carlos Monarcha é professor livre-docente na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara, e autor, dentre outros títulos, de Lourenço Filho e a organização da psicologia aplicada à educação: São Paulo – 1921-1934, obra premiada pela Academia Brasileira de Educação.

Título: Brasil arcaico, Escola Nova – Ciência, técnica e utopia nos anos 1920-1930
Autor: Carlos Monarcha
Número de páginas: 342
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 65
ISBN: 978-85-7139-908-2

Os livros da Fundação Editora da Unesp podem ser adquiridos pelo telefone (11) 3107-2623 ou pelos sites: www.editoraunesp.com.br ou www.livrariaunesp.com.br.

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