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História da Cinemateca revela as relações entre a produção cultural e a sociedade brasileira
Aug 04, 2010
Mais do que contar a história d’A Cinemateca Brasileira, Fausto Douglas Correa Júnior coloca em debate o próprio conceito destas instituições dedicadas à preservação da memória. Neste lançamento da Editora Unesp, o foco principal é a construção de uma cultura cinematográfica, tarefa que historicamente foi atributo das próprias cinematecas e dos cineclubes, e que hoje ganha outras configurações tendo em vista o consumo virtual e solitário de imagens por meio de downloads e sites de compartilhamento.
Além de narrar um processo envolvendo personagens conhecidos, a história da Cinemateca Brasileira, que inicia suas atividades em 1930, é articulada com uma complexa rede de relações sociais. Deste modo, se pensa tanto o que ela representou na cultura brasileira quanto o que ainda poderá vir a ser. Para o autor, uma cinemateca moderna envolve a pesquisa de filmes, a preservação de acervos, a difusão cultural e a reunião de uma documentação em diferentes suportes materiais. Constitui uma instituição capaz de modular a relação do presente com o passado e cumprir o seu papel formador de público e de novas gerações de cineastas.
Está em pauta, assim, o projeto de uma cinemateca moderna e suas mudanças dentro do marco social no qual ela foi se fortalecendo. Correa Júnior, seguindo a tradição instaurada por Henri Langlois, da Cinemateca Francesa, adere ao projeto de difusão do acervo como missão central destas instituições, sem que se descuide da preservação dos acervos. Valores que, busca demonstrar neste livro, devem ser compartilhados pelo maior número possível de espectadores.
A dimensão democrática que se pretende alcançar não está relacionada somente ao acesso aos filmes, mas também ao fato de que a cultura cinematográfica permite ao público o contato com uma produção de diversos gêneros, possibilitando que seja feita uma comparação com o que é visto comumente nos cinemas comerciais e nas televisões. Os vários ciclos organizados pela Cinemateca ao decorrer dos anos demonstram essa relação e adicionam a esses elementos um outro fator, a pesquisa histórica.
Sobre o autor - Fausto Douglas Correa Júnior é doutorando do curso de História da Unesp, câmpus de Assis. Tem trabalho voltado para História do Brasil no período da República e atua, principalmente, em estudos sobre História da Arte, particularmente sobre cinema e os conceitos de cinemateca, cineclube e instituição de arte. É estudioso da obra de Paulo Emílio Sales Gomes e colaborador voluntário da Cinemateca Brasileira.
Título: A Cinemateca Brasileira: Das luzes aos anos de chumbo
Autor: Fausto Douglas Correa Júnior
Número de páginas: 292
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 46,00
ISBN: 978-85-393-0010-5
Lançamento na Cinemateca Brasileira
Sábado, 14 de agosto, às 16h30
Largo Senador Raul Cardoso, 207 | Vila Clementino | São Paulo (SP)
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