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Tributo a Galileu Galilei e à revolução na ciência
Feb 15, 2016
Em 15 de fevereiro de 1564, nascia na cidade de Pisa, Itália, um dos mais respeitados nomes da astronomia, física e matemática: Galileu Galilei, considerado um dos fundadores do método experimental e da ciência moderna.
Foi ele quem contestou a teoria de Aristóteles de que, quanto mais pesado um corpo, mais rápido ele cai. Por meio de um experimento realizado na inclinada Torre de Pisa, provou que, mesmo com pesos diferentes, ambos podem cair em uma mesma velocidade. Além de inventar importantes instrumentos, como a balança hidrostática e o compasso geométrico, auxiliou também no aperfeiçoamento de outros, como a luneta e o binóculo, que lhe permitiram fazer relevantes descobertas sobre o sistema solar.
A partir dessas observações, defendeu a teoria copernicana de que o Sol era o centro do universo e não a Terra, o que o levou a enfrentar a Inquisição.
Em Ciência e fé - cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia (144 páginas, R$ 30,00, tradução e organização de Carlos Artur R. do Nascimento), compilação das famosas cartas copérnicas, em que Galileu Galilei discute com representantes da nobreza e clero do século XVII a ideia de que a Terra gira em torno do Sol, o leitor tem a chance de se aprofundar nos pontos principais da argumentação galileana sobre o papel da interpretação religiosa e científica, numa coletânea que antecipa o famoso embate entre o astrônomo e a Inquisição no ano de 1616.
Estes diversos documentos foram produzidos entre 1613 e 1616, entre cartas e comentários enviados pelo próprio Galileu a D. Benedetto Castelli, ao Monsenhor Piero Dini e à Senhora Cristina de Lorena, Grã-duquesa mãe da Toscana. Nos textos, o astrônomo traz suas conclusões científicas, baseadas em estudos empíricos. Ao mesmo tempo, atesta a validade dos ensinamentos bíblicos uma vez que os considera essenciais para a construção moral e religiosa do povo, sem acreditar, entretanto, que devam ser interpretados à luz das ciências da Natureza.
Além das cartas, Ciência e fé traz comentários de Galileu sobre os estudos de Copérnico e de sua teoria heliocêntrica documentados nas três Considerações sobre a opinião copernicana. É graças à sua crença nessa teoria – que comprovou ao estudar as fases do planeta Vênus – que o astrônomo é considerado um herege pela Inquisição pouco tempo depois. Entre os textos reunidos no livro, estão também registros dos pensamentos da Igreja em relação às conclusões do cientista, em carta do Cardeal Roberto Belarmino, então consultor do Papa para assuntos da Inquisição. Há ainda o decreto da Congregação do Índice que proibia a publicação dos estudos de Nicolau Copérnico (1473-1543) sobre a teoria heliocêntrica.
Os enigmas cósmicos ao alcance de todos
Olhando para o céu, conseguiremos observar, sem auxílio de instrumentos, apenas cinco planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) dos nove conhecidos em nosso sistema solar, três das cerca de 10¹¹ galáxias e cinco mil das 10²² estrelas – isso em uma noite límpida e sem umidade. Mas desde a invenção do telescópio óptico em 1608, o homem vem criando artefatos que expandem seus limites sensórios e o lançam à frente na aventura de descobrimento do mundo físico, como mostram os físicos Maria Cristina Abdalla e Thyrso Villela Neto em Novas janelas para o Universo (120 páginas, de R$ 18,00 por R$ 5,00).
Os autores mostram que tecnologias como a Radioastronomia, a Astrofísica de raios X e gama revelam astros cuja densidade é tão grande que uma colher de café dessa matéria pesaria uma tonelada na Terra, estrelas que explodem e ardem a milhões de graus Celsius ou giram como faróis marítimos com uma precisão espantosa. Observações feitas além da atmosfera terrestre ou que minimizem seu impacto também proporcionam uma visão diferente do Cosmos e avançam cada vez mais no entendimento da estrutura do Universo.
Além de apresentar as novas tecnologias e seu impacto na nossa compreensão da natureza, Novas janelas para o Universo torna familiar ao leitor termos e conceitos como nebulosas planetárias, Gamma-Ray Burst (GRB), radiação cósmica de fundo em microondas, neutrinos, quasares ou ondas gravitacionais. E mostra como nossa vida diária é afetada pelas descobertas e tecnologias da Astronomia e Astrofísica, além, é claro, de proporcionar novas reflexões para as perguntas fundamentais relacionadas à origem e ao futuro do Universo e, por consequência, de nossa espécie.
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