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Historiadora resgata a vida das mulheres da elite mineira no Brasil colônia
Nov 13, 2017
Atividades, relações familiares e enfermidades são apenas alguns aspectos desse mergulho no modo de convivência das “donas” mineiras
Ser mulher no Brasil nunca foi fácil, especialmente nos tempos da colônia. Quando se olha para o passado, o senso comum pode enxergar que estar em um estrato social elevado era salvo-conduto para uma vida livre de atribulações. Nada mais longe da realidade, como Maria Beatriz Nizza da Silva constata em Donas mineiras do período colonial, lançamento da Editora Unesp, que encerra sua tetralogia sobre o período colonial brasileiro. “A situação das donas em Minas variava de acordo com sua naturalidade, com os cargos ocupados por pais ou maridos, com sua presença mais prolongada ou transitória em solo mineiro, sendo necessário levar em conta essa diversidade situacional para não considerarmos tal conjunto populacional um bloco homogêneo”, escreve a autora.
Para entender como viviam essas mulheres no Brasil colônia, a pesquisa se baseou em documentos do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa, Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e, principalmente, nos arquivos mineiros, cuja possibilidade de fornecer informações sobre as donas era muito maior. “Meu estudo baseia-se sobretudo na documentação resultante das petições à Coroa encaminhadas por mulheres da elite mineira pelos mais diversos motivos: entrada em conventos ou recolhimentos de Portugal e ilhas atlânticas, confirmação de sesmarias concedidas pelos governadores, tutorias, emancipações, legitimações, doações, conflitos vários, pedidos de propriedade ou serventia de ofícios etc.”, anota.
O texto, segmentado em 19 capítulos, contempla grande quantidade de casos: desde viúvas pleiteando seus direitos, a raptos de donzelas, divórcios e enfermidades. A densidade do livro é compensada por uma leitura fluida, fortemente escorada em documentos oficiais da Coroa, levando os leitores para perto desta riqueza documental. Essa amarração dos fatos provê uma imersão na complexidade das histórias ocultas pelo tempo. “O número de donas em Minas, na segunda metade do século XVIII e início do XIX, era mais do que suficiente para analisarmos seu modo de vida, suas atividades, relações familiares, enfermidades, religiosidade, literacia e sociabilidade”, observa Maria Beatriz.
Sobre a autora – Maria Beatriz Nizza da Silva, nascida em Lisboa, é professora titular aposentada de Teoria e Metodologia da História na Universidade de São Paulo (USP). Publicou, pela Editora Unesp, Ser nobre na colônia (2005), História de São Paulo colonial (organização, 2009) e Cultura letrada e cultura oral no Rio de Janeiro dos vice-reis (2013).
Título: Donas mineiras do período colonial
Autor: Maria Beatriz Nizza da Silva
Número de páginas: 197
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 52,00
ISBN: 978-85-393-0695-4
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