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Célebre ensaio de Georges Bataille sobre o erotismo ganha nova edição pela Autêntica Editora
May 13, 2013
Para Georges Bataille, o erotismo era “a aprovação da vida até na morte”. O escritor francês, grande questionador dos rumos e da conduta da humanidade, via no erotismo um ponto limite entre o natural e o social, o humano e o inumano, que supera a descontinuidade própria do homem. Marco na obra do pensador francês, o livro 'O erotismo', fora de catálogo há quase uma década no Brasil, ganha agora nova edição pela Autêntica editora, com tradução e apresentação de Fernando Scheibe. O volume ainda conta com um “Dossiê O Erotismo”, do qual faz parte o registro pessoal do autor sobre o tema do livro, e a transcrição de um debate, de 1957, em que figuras como André Breton, André Masson, Hans Bellmer e Jean Wahl explicitam divergências em relação às ideias do autor, acusado, entre outras coisas, de machista.
Na obra, Bataille apresenta uma reflexão sobre a importância do erotismo nos aspectos fundamentais da natureza humana. O pensador francês mostra como as formas do erotismo – o erotismo dos corpos, o erotismo dos corações e o erotismo sagrado – substituem o isolamento do ser, de sua descontinuidade, por um sentimento de continuidade profunda, próprio da morte.
De acordo com Fernando Scheibe, Georges Bataille definiu neste livro o erotismo como o ápice da possibilidade humana: “Para Bataille, o ser humano é um ser descontínuo. Nasce só. Morre só. O paradoxo é que se, por um lado, queremos sempre conservar essa descontinuidade (tememos a morte), por outro, sentimos falta da continuidade perdida ao nos percebermos como ‘indivíduos’ (desejamos a morte). O erotismo é a dança, propriamente humana, que se dá entre esses dois polos, o do interdito e o da transgressão. O interdito, a proibição, o mundo do trabalho, da identidade, da conservação, da descontinuidade, torna o homem humano. Mas também faz dele uma coisa. A transgressão do humano é o ápice do humano. O erotismo é a experiência interior dessa transgressão, desse ápice: ‘A experiência interior do homem é dada no instante em que, quebrando a crisálida, ele tem a consciência de dilacerar a si mesmo, não a resistência oposta de fora’”.
Dividido em duas partes, o livro apresenta, na primeira, os diferentes aspectos da vida humana sob o ângulo do erotismo, e, na segunda, estudos diversos sobre o erotismo, que permeiam a psicanálise e a literatura. A edição conta ainda com o prefácio de Raúl Antelo e com um estudo de Eliane Robert Moraes, dois dos maiores conhecedores da obra de Bataille no Brasil, além de três textos “inéditos” de Bataille sobre o tema e um debate que se seguiu a uma conferência proferida por ele em 1957, intitulada O erotismo e a fascinação pela morte.
Segundo Gilson Iannini, coordenador da Coleção Filô, em seu estudo sobre o erotismo, Bataille extrapolou os limites da filosofia, abrangendo outras áreas de estudo, e influenciou grandes pensadores de sua época: “O erotismo é um livro de filosofia, mas também de literatura, de antropologia social, de teoria da religião. Talvez seja um livro sobre a economia política do gozo. Um livro que marcou toda uma geração: não apenas nomes como Foucault, Barthes ou Lacan, mas cada leitor anônimo, de todos os sexos e credos. Um livro único, erótico, que suprime limites, que funde limites: entre o livro e o leitor, entre a geração que se deixou marcar por ele e a geração que hoje poderá reaprender o erotismo em sua radicalidade. Porque vivemos em mundo que precisa de erotismo. De mais erotismo e não de menos. No sentido que lhe empresta Bataille, em sua inutilidade soberana”.
Segundo livro da série FilôBataille, da Coleção Filô, O erotismo chega às livrarias pela Autêntica em edição e projeto gráfico caprichados, com capa dura e duas sobrecapas distintas, com imagens de obras de arte dos artistas plásticos Hans Breder e André Masson, além de diversas ilustrações no miolo. A primeira obra da série é A parte maldita - Precedida de “A noção de dispêndio”, em que Bataille apresenta ao leitor um ensaio sobre o comportamento social do homem e sua vocação para o excesso, hábito visto pelo pensador como a origem dos problemas da sociedade moderna. Os textos reunidos nesse livro são considerados uma das mais importantes reflexões do século XX sobre o homem e sobre sua presença no mundo. As próximas obras de Georges Bataille a serem publicadas pela Autêntica Editora são: A experiência interior, Teoria da religião e Sobre Nietzsche.
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Sobre o autor - Georges Bataille (1897-1962), escritor francês nascido em Billom, produziu uma extensa obra que transita por vários domínios – literatura, filosofia, antropologia, economia, sociologia, história da arte. O erotismo, a transgressão e o sagrado foram os temas mais frequentemente abordados pelo pensador. Entre seus livros mais conhecidos estão A parte maldita, A literatura e o mal e A experiência interior, além do próprio O erotismo.
Sobre o tradutor - Fernando Scheibe é doutor em Teoria Literária pela Universidade Federal de Santa Catarina, tendo defendido, em 2004, a tese Coisa nenhuma: ensaio sobre literatura e soberania na obra de Georges Bataille. Como tradutor, publicou, entre outros, Lugares para a história, de Arlete Farge (Autêntica, 2011), A Garagem Hermética, de Moebius (Nemo, 2012), e Os Companheiros do Crepúsculo, de Bourgeon (Nemo, no prelo).
Título: O
erotismo
Autor: Georges Bataille
Tradução: Fernando Scheibe
Número de páginas: 344
Formato: 15,5 x 22,5 cm (capa dura)
Preço: R$ 59,00
ISBN: 978-85-8217-050-2
Coleção:
Filô / Série FilôBataille
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