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Especialistas discutem políticas públicas em educação com base no resultado de pesquisa inédita
Sep 26, 2008
O Seminário da Educação para a cidadania, que aconteceu ontem (25 de setembro) no Memorial da América Latina, apresentou a pesquisa A qualidade da educação sob o olhar dos professores. Durante o evento, uma iniciativa conjunta da Fundação SM e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), pesquisadores renomados da área debateram questões fundamentais relacionadas ao desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a Educação.
Para uma platéia com mais de 500 professores, profissionais e gestores de educação, a pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, Maria Malta Campos (na foto), apresentou um quadro detalhado da educação brasileira. Resultado obtido na pesquisa, realizada com 8.773 docentes de Educação Básica de 19 estados do país que responderam perguntas relacionadas à qualidade da educação.
A pesquisa revelou dados surpreendentes. Para 92,5% dos professores, a família é um fator determinante na educação dos jovens, superando inclusive a escola, que apareceu com 88,9%, e a mídia, com 81,8%. Dentre os diversos números apresentados, mais de 85% dos professores revelaram a necessidade da introdução de novas disciplinas como Cidadania e Direitos Humanos, como uma resposta aos novos desafios que a sociedade contemporânea nos apresenta. Essa preocupação vai ao encontro de outro projeto: o Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos, uma iniciativa do MEC, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, da OEI e da Fundação SM, que visa estimular projetos nestas áreas.
Maria Malta Campos ainda salientou como um dos principais méritos da pesquisa o de identificar as diferenças de percepção entre os professores do nível fundamental I e do nível fundamental II. “Os professores da 5ª a 8ª séries são os mais críticos”. A pesquisa na íntegra está disponível no site do grupo SM: www.edicoessm.com.br
Após a apresentação dos resultados sobre a percepção dos professores brasileiros em relação à qualidade da educação no país, o evento seguiu com um painel sobre qualidade e gestão da educação. A espanhola Elena Martín, professora de Psicologia Evolutiva e Educação na Universidade Autônoma de Madri, reafirmou a importância do acesso à educação, com igualdade de ofertas, ou seja, educação de qualidade e comum a todos. Elena Martín defendeu que a escola é um importante instrumento para a educação, mas que sozinha não é capaz de resolver o problema. “A sociedade como um todo deve se engajar”.
Ao abordar as condições básicas para a educação de qualidade, a ex-secretária Municipal de Educação e Formação Profissional de Santo André (SP) e atual diretora de Fortalecimento Institucional e Gestão de Sistemas do Ministério da Educação, Cleuza Repulho, discutiu o papel da política na educação. O fato de a cada quatro anos importantes projetos serem interrompidos, resultado da mudança de governos e os problemas de infra-estrutura (mais de 5 mil escolas estão sem luz e 2 mil sem água) foram fortemente criticados. Ela ainda destacou a importância das próximas eleições, pois quase 25% dos recursos para a área estão nas mãos das prefeituras.
Outra questão discutida foi a da liderança na gestão escolar. Heloisa Lück, doutora em Educação pela Universidade de Columbia (EUA) e consultora do Conselho Nacional de Secretários da Educação, alertou para uma mudança de paradigmas, e destacou a necessidade da liderança e da gestão na educação. Para ela, “a mobilização e o envolvimento das pessoas são aspectos imprescindíveis na educação, pois são as pessoas que podem fazer a diferença”.
O impacto da educação de qualidade para o desenvolvimento econômico foi outro aspecto abordado. O economista Samuel Pessoa, professor e chefe do Centro de Crescimento da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro, relacionou o atraso econômico brasileiro ao anacronismo educacional. Segundo o economista, “o investimento na educação deveria ser aumentado dos atuais 4,5% do PIB para algo em torno de 7%”. Apesar disso, Pessoa ponderou a relação entre gasto e resultado. “Não basta aumentar os investimentos, é preciso otimizar os recursos”. Ele também apontou que o atual sistema do magistério, com acesso via concurso e cargo vitalício, "não favorece a melhoria da qualidade de ensino, pois não reconhece o bom professor".
Para o diretor geral do Grupo SM, Igor Mauro, o evento permitiu que diferentes abordagens e perspectivas fossem discutidas. "Foi uma oportunidade para compartilhar reflexões e experiências para juntos construirmos uma sociedade mais competente, mais crítica e mais justa".
Contato com os especialistas
Para agendar entrevistas com os palestrantes do Seminário de Educação para a Cidadania, entre em contato com a assessoria de imprensa do Grupo SM: [email protected].
O Grupo SM é um grupo de Educação de referência na Espanha e na América Latina liderado pela Fundação SM. Responsabilidade social, inovação e proximidade à escola pautam o trabalho do grupo, que tem como objetivo promover o desenvolvimento humano e a transformação social para a construção de uma sociedade mais competente, crítica e justa. No Brasil, onde atua desde 2004, o Grupo SM conta com um catálogo de livros didáticos e de literatura infantil e juvenil amplo e diversificado elaborado por Edições SM, e integrado a um projeto educacional que inclui estímulo à formação continuada de professores, incentivo à reflexão sobre educação, apoio a projetos sócio-culturais de diversas instituições, e fomento à leitura e à produção literária.
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