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Instituto Novo Goiás (INGO) - Cachoeira Dourada (GO)
Oct 07, 2008
A CHEGADA DO JOGA LÁ!
No início do ano letivo, em fevereiro de 2008, o corpo docente do INGO se reuniu para debater e desenhar projetos que pudessem reverter a carência de sociabilidade identificada entre os alunos, e, ao mesmo tempo, estimulassem a disciplina, o respeito à família, aos professores e entre eles mesmos, o convívio com as diferenças e a solidariedade. Uma questão se apresentava à equipe: que papel a escola poderia desempenhar para proporcionar experiência relevante e inovadora? Como oferecer aos alunos atividades escolares que despertassem valores de união, companheirismo, respeito, amizade, limites? Os professores do INGO se depararam, então, com questões relevantes à sociedade atual, campo infindável de reflexão para todas as instituições do país. A globalização e as novas tecnologias trazem consigo importantes desafios. E, nesse contexto, a proposta do Joga Lá!, trazida pela OEI, apresentaria perspectivas de trabalho muito interessantes.
A idéia do programa Joga Lá! foi desenvolvida originalmente pela Fundação do F.C. Barcelona, da Espanha, e já integrava as ações do Projeto Ibero-Americano para a Educação em Valores e para a Cidadania por meio do Esporte. Como os próprios títulos desses programa e projeto sugerem, ambos apostam na capacidade transformadora do esporte. Além de estimular relações saudáveis, física e psicologicamente, o esporte tem enorme poder de repercussão social. Um dos objetivos estratégicos da OEI – o de "contribuir com o fortalecimento de uma cultura cívica, democrática, igualitária e solidária por meio da educação em valores" – seria assim atendido, ao mesmo tempo em que os professores do INGO poderiam também enfrentar suas questões por meio desse experimento inovador., o Joga Lá!.
Dentre os esportes, o futebol é o que melhor exemplifica a capacidade do povo brasileiro de absorver e transformar influências externas, dando-lhes nova e mais criativa expressão. A Football Association, de origem estrangeira e elitista, aclimatou-se no Brasil e se tornou tão popular que em pouco tempo inverteu a tendência: o país passou a exportar o esporte, a influenciar os influentes. Talvez não haja caso mais patente da chamada “antropofagia cultural” brasileira. E da mesma forma como sociabilizou o Brasil no mundo, o futebol tem dado a muitos jovens a oportunidade de se exprimir, com a bola ou sem ela, profissionalmente ou como amador.
Na experiência do INGO selecionada para constar deste relatório, gerou-se, a partir da experiência de jogar futebol, uma situação de estranhamento que levasse ao mesmo tempo a uma prática e a uma reflexão. Com a introdução de novos elementos e regras ao futebol, os professores pretenderam integrar o projeto pedagógico da escola à proposta da OEI e a um objetivo maior: a preparação para um segundo semestre letivo que anuncia uma pequena revolução no INGO. A partir de agosto, o INGO receberá 40 alunos com necessidades especiais.
RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA
Após uma fase inicial de sensibilização e discussão dos projetos, professores e alunos realizaram a competição e a seleção dos oito trabalhos que se destacaram, especialmente o coordenado pela professora Jeanne Rodrigues e realizado pela professora Vanessa Marta Santos com alunos do 1º Ano. O nome da atividade é Futsal Divertido, e foi o selecionado para representar a escola. Logo se verá por quê.
O Futsal Divertido é uma brincadeira disputada entre duas equipes, formadas por três duplas mistas (menino com menina) e uma goleira, e com um dupla mista em cada banco de reservas. O jogo tem a duração de 10 minutos, divididos em dois tempos de cinco minutos, com um total de 12 jogadores em campo. As meninas (à exceção da goleira) devem ficar com os olhos vendados, enquanto os meninos terão o papel de conduzi-las durante o jogo e fazer com que elas toquem a bola entre si antes que uma delas faça o gol.
Entre os objetivos da brincadeira estão o de esforçar-se para vencer obstáculos, controlar-se, mostrar compreensão em relação aos demais, aceitar que, em sociedade, as diferenças não implicam discriminação nem desigualdade, valorizar o espírito de equipe, resolver conflitos e sociabilizar.
Os alunos que mais se destacaram no desenrolar do projeto foram: Luis Carlos Castro e Mariângela Fracasio Ferreira.O projeto teve avaliação muito positiva, com excepcional participação dos alunos, que já pedem mais. A estratégia de trabalhar a diferença foi tão bem-sucedida que, nos próximos dias, a escola receberá alunos novos e muito especiais. São
alunos que freqüentavam a APAE e que agora vão participar das atividades da escola regular, com a adaptação da estrutura física do INGO. As crianças não terão mais que se deslocar até a APAE de Itumbiara, a 40 quilômetros de distância de Cachoeira Dourada de Goiás, para serem atendidas por profissionais qualificados.
Segundo Jeanne Rodrigues, coordenadora do INGO e também da atividade Futsal Divertido, a escola nunca havia passado, em cinco décadas, por reforma de tal proporção. “Mais do que conforto, o investimento da Endesa Cachoeira vai proporcionar segurança para nossas crianças”, afirma Jeanne. A conclusão das obras está prevista para final de agosto.
A chegada da nova turma ao INGO faz parte do projeto Transpondo Barreiras, uma iniciativa da Endesa Cachoeira. Ao todo, serão investidos R$ 60 mil na construção de duas salas, banheiros e mobiliário adaptados para os novos alunos.Além do espaço, haverá ainda uma equipe de profissionais incluindo psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. Oficinas
pedagógicas e aulas de informática estão entre as atividades extracurriculares que serão oferecidas aos alunos.
CONCLUINDO PARA O GOL
Quer nas rampas para o acesso de alunos portadores de necessidades especiais, quer nas campanhas de educação ambiental do projeto PreseArte (Preservação+Arte), sempre extensivo às comunidades, quer, agora, no programa Joga Lá, o Futsal Divertido, o INGO dá exemplos de sua proposta de inclusão social. Efetivamente, o Joga Lá! permitiu o amadurecimento da escola. Alguns problemas já tinham sido detectados pelo corpo docente, mas foi com grande entusiasmo que os envolvidos passaram a trabalhar com a diferença nesta nova etapa.
A prática foi a própria teoria. Não foi somente falar aos alunos e à comunidade sobre a importância do respeito aos portadores de deficiência e limitações físicas. Foi agir na prática de cunho educativo A escola deve ser o início da construção de uma sociedade mais justa e melhor, mais democrática e digna de todas as pessoas.
Precisamos ser agentes de integração, não de exclusão. Receber tantos alunos com tantas diferenças não implica apenas mais trabalho, implica superação, compromisso social. As atividades do Joga Lá! não foram encerradas no final do concurso: serão estendidas no decorrer do ano letivo, devido ao resultado de uma partida em que todos saíram ganhando.
Até quem ainda não jogou. Porque o desafio agora é adaptar o Futsal Divertido aos alunos com necessidades especiais, ao longo do segundo semestre. O jogo e a vida continuam.
Equipe premiada
- Vanessa Marta Santos (professor)
- Luis Carlos de Castro Junior (aluno)
- Mariângela Fracasio Ferreira Souza (aluna)
O Grupo SM é um grupo de Educação de referência na Espanha e na América Latina liderado pela Fundação SM. Responsabilidade social, inovação e proximidade à escola pautam o trabalho do grupo, que tem como objetivo promover o desenvolvimento humano e a transformação social para a construção de uma sociedade mais competente, crítica e justa. No Brasil, onde atua desde 2004, o Grupo SM conta com um catálogo de livros didáticos e de literatura infantil e juvenil amplo e diversificado elaborado por Edições SM, e integrado a um projeto educacional que inclui estímulo à formação continuada de professores, incentivo à reflexão sobre educação, apoio a projetos sócio-culturais de diversas instituições, e fomento à leitura e à produção literária.
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