A questão indígena para crianças e jovens

O I Congresso Indigenista Interamericano no México, de 1940, consagrou o dia 19 de abril como Dia do Índio. Edições SM relembra perto dessa data os títulos de seu catálogo que ajudam crianças e jovens a compreender, de forma lúdica, a história da população indígena no país e suas condições de vida atuais.

No romance Perdido na Amazônia 1: Dan contra a terrível Doutora Nova, Toni Brandão discute, além de temas ligados à Amazônia, ao meio ambiente e ao mundo indígena, valores como a solidariedade, a amizade, o respeito e a família. Tudo se passa quando o jovem Dan faz um pouso estratégico de paraquedas no meio da Floresta Amazônica. Sozinho, ele se aventura pela selva e descobre que há bandidos tramando planos perigosos. Enquanto foge, entra em contato com povos indígenas e com uma cultura muito diferente da sua. Sem ser didática ou moralizante, a narrativa envolve o leitor, diverte e desperta seu interesse pela região.

Já no segundo volume, Perdido na Amazônia 2: Dan e os bucaneiros, a obra apresenta questões ligadas à tecnologia. Em sua segunda viagem à Amazônia, Dan quer descansar com o avô no hotel onde se hospedam. Nada de expedições pela floresta e de contato com tribos indígenas desconhecidas. Porém, logo que coloca as malas no quarto, ele sente que há perigo no ar. Junto com amigos ribeirinhos, a aventura recomeça: é capturado por “piratas cibernéticos” e depara com índios canibais. Os dois livros são indicados para leitores fluentes (a partir dos 10 anos).

Em Histórias do além: as sete vidas de Bertran, de Valquíria Prates e Bianca Corazza, Maria Elvira adora o seu gato Bertran. Um dia, ao voltar para casa, a garota descobre que ele morreu. Acompanhada por sua amiga invisível, Maria Elvira passeia por museus, lê livros sobre tradições indígenas e vikings, consulta ciganas, benzedeiras e encontra diversas explicações para a morte. Desse modo, ela acha uma maneira de lidar com a perda e percebe novas formas de entender o mundo. Assim, o livro aborda também temas como amadurecimento, diversidade, cultura e fantasia. Para leitores fluentes e críticos.

Especificamente sobre a questão indígena, destaca-se o livro Mavutsinim e o Kuarup, de Rosana Rios. Trata-se de uma narrativa primordial da nação indígena Kamayurá, do Xingu, que conta como foi criada a humanidade pelo primeiro homem do mundo, Mavutsinim, e também como ele instituiu a festa dos mortos, chamada Kuarup, em que estes poderiam reviver. No entanto, devido à transgressão de uma ordem de Mavutsinim, esse ritual passou a apenas ser uma festa em homenagem aos mortos. Dessa forma, além de lidar com temas relacionados ao meio ambiente e aos mitos indígenas, fala da relação entre mortos e vivos e da superação da morte. Indicado para leitores iniciantes (a partir dos 6 anos).

Por fim, em Os estranhos anões-gigantes, de Lauro Elme, encontramos questões ligadas aos direitos dos povos indígenas, à ética e cidadania. Mário e Mauri são dois irmãos que adoram ler histórias de super-heróis. O que eles não esperavam é que as aventuras dos quadrinhos pudessem acontecer na vida real. Ao conhecerem Menaíde, uma inusitada catadora de papéis, porém, eles se envolvem numa emocionante missão: ajudar a proteger um estranho povo de anões-gigantes que vive embaixo da terra em meio à Mata Atlântica do litoral paulista. Indicado para leitores fluentes.

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