Escritora Stella Maris Rezende vence a sexta edição do Prêmio Barco a Vapor

A mineira Stella Maris Rezende foi a ganhadora da sexta edição do Prêmio Barco a Vapor, com a obra A menina guardiã dos segredos de família. A revelação aconteceu na noite desta segunda-feira (23 de agosto), no Itaú Cultural, em São Paulo, numa cerimônia marcada por contação de história, humor e imaginação, e que contou com a participação do público na criação da imagem de um barco a vapor a partir da colagem de letras.

Promovido pela Fundação SM, o Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil se propõe a estimular a produção literária e a promover a leitura entre crianças e jovens a partir de 6 anos. Existente na Espanha desde 1978, chega à sexta edição no Brasil, firmando-se como o maior prêmio brasileiro destinado a originais de literatura infantil e juvenil.

Neste ano, o júri foi composto por Vilma Areas, Rodrigo Lacerda, Manuel da Costa Pinto, João Luis Ceccantini e Claudia Ribeiro Mesquita, que elegeu o trabalho da escritora, cantora e atriz Stella Maris Rezende dentre os 557 inscritos. Autora de outros livros já premiados, como Último dia de brincar , que conquistou o Prêmio Nacional de Literatura Infantil João-de-Barro em 1986, Stella recebeu o troféu das mãos de Mariângela Haddad, vencedora do Prêmio Barco a Vapor 2009.

Emocionada, agradeceu à Fundação SM a quem se referiu como “Fundação Sonho Meu”, por ter sonhado em um dia vencer o Prêmio Barco a Vapor. “Escrever é praticar a magia da linguagem. É atiçar o sonho no coração humano", disse a escritora.

"A menina guardiã dos segredos da família é um texto de ficção com estrutura contemporânea, não linear, muito rica em recursos de linguagem", ressaltou Ceccantini, representante do corpo de jurados. O personagem principal da história é Nenenzinha, uma menina ainda. Ela é tia de quatro crianças, órfãs de mãe e abandonadas pelo pai, que sai mundo afora tocando sua sanfona. Todas passam então a ser cuidadas por Sebastião, irmão mais velho de Nenenzinha, e por sua mulher, a bela e cruel Delminda. Impaciente e preocupada apenas com a aparência, Delminda não poupa os enteados do trabalho doméstico e os trata muito mal. A pequena tia, de forte personalidade, já acostumada à aspereza da vida e se valendo de um segredo de família, se imbui então da tarefa de amenizar o sofrimento dos sobrinhos. "Uma narrativa leve, contundente, cujos personagens possuem a força de arquétipos a sobreviver sobre os medos, rancores e sonhos", completou Ceccantini.

Para a representante da Fundação SM, Rosângela Rossi, "o Prêmio Barco a Vapor é mais uma das iniciativas da Fundação SM em prol do desenvolvimento humano e da transformação social para a construção de uma sociedade mais competente, crítica e justa com responsabilidade social, inovação e proximidade à escola". O secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), José Castilho Marques Neto, também destacou a importância do prêmio no cenário nacional como instrumento de estímulo à leitura e à formação de novos escritores.