Vencedores do Prêmio Barco a Vapor navegam entre o imaginário da infância e o enfrentamento da realidade na adolescência

O universo fantasioso da infância e o processo de amadurecimento da adolescência são os temas mais presentes nas histórias que ganharam o Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil da Fundação SM. O prêmio, que está com inscrições abertas para sua sétima edição até o dia 30 de dezembro, recebe textos inéditos de escritores e oferece aos vencedores a publicação do livro na coleção Barco a Vapor, de Edições SM.

Das histórias premiadas até o momento, aquelas voltadas ao público juvenil coincidem em abordar o tema do amadurecimento que os personagens experimentam ao enfrentarem os desafios da adolescência, com o aprendizado dessa fase de descobertas. É o caso de Pivetim (2008), do jornalista mineiro Délcio Teobaldo, que relata as estratégias de supervivência de um grupo de meninos de rua na cidade do Rio de Janeiro.

Também seguem esse caminho A distância das coisas (2007), do goiano Flávio Carneiro, e O rapaz que não era de Liverpool (2005), de Caio Riter. A obra de Carneiro trata, de forma delicada, da morte dos pais de um menino de catorze anos que se muda para a casa do tio e precisa conviver com suas perdas, dúvidas, angústias e projetos. No livro de Riter, um adolescente de quinze anos acredita ter uma vida comum e harmoniosa, até descobrir que é adotado. Entre trechos de canções dos Beatles, o leitor vai acompanhando seu processo de amadurecimento.

Nos títulos dedicados ao público infantil, destacam-se os temas da fantasia e do imaginário maravilhoso. O sumiço da pantufa (2009), de Mariângela Haddad, que conta a história de uma pantufa que desaparece misteriosamente em um apartamento, é um exemplo. Era mais uma vez outra vez (2006), de Gláucia Lewicki, é outro título que mergulha no universo fantástico: narra a história de um livro de contos de fada que está há muito tempo na biblioteca. Quando finalmente o livro é retirado de lá por uma menina, o narrador da história se alarma ao perceber que a narrativa não é mais a mesma e decide ir atrás dos personagens para colocá-la em ordem antes de a garota ler as primeiras linhas.

A obra vencedora deste ano, A menina guardiã dos segredos de família (2010) é um texto de ficção com estrutura contemporânea, não linear, muito rica em recursos de linguagem. Nenenzinha é o personagem principal da história, uma menina ainda. Ela é tia de quatro crianças, órfãs de mãe e abandonadas pelo pai, que sai mundo afora tocando sua sanfona. Todas passam então a ser cuidadas por Sebastião, irmão mais velho de Nenenzinha, e por sua mulher, a bela a cruel Delminda. Impaciente e preocupada apenas com a aparência, Delminda não poupa os enteados do trabalho doméstico e os trata muito mal. A pequena tia, de forte personalidade, já curtida pelas agruras da vida e se valendo de um segredo de família, se imbui então da tarefa de amenizar o sofrimento dos sobrinhos. Uma narrativa leve, contundente, cujos personagens possuem a força de arquétipos a sobreviver sobre os medos, rancores e sonhos. A autora, Stella Maris Rezende, terá sua obra publicada por Edições SM, além de receber R$ 30 mil em dinheiro, como adiantamento de direitos autorais.

O Prêmio Barco a Vapor surgiu na Espanha há 32 anos, e está presente em todos os países onde o grupo atua: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, Porto Rico e República Dominicana. O prêmio contribui para a composição da coleção Barco a Vapor, que já se tornou a maior do mundo para o público infantil e juvenil, reunindo centenas de livros de autores de todo o mundo.

O regulamento completo da próxima edição do Prêmio Barco a Vapor está disponível no site www.edicoessm.com.br. O e-mail para contato é [email protected].