Livros-reportagens para crianças estimulam o olhar investigativo sobre o mundo

No Dia do Repórter, crianças e adolescentes podem descobrir nos livros os desafios de observar a realidade com curiosidade e postura crítica.

A agência Magnum, fundada na França em 1947 pelo fotógrafo Henri-Cartier Bresson e seus colegas, tornou-se referência para os fotojornalistas. Em Imagens que contam o mundo (256 páginas, R$ 50), 300 fotografias da agência foram escolhidas por Eric Godeau, professor do Ensino Médio e da Universidade Sorbonne (Paris I), na França. No livro, são abordados alguns dos principais momentos da história política, social e cultural da humanidade durante cinco décadas, com informações sobre contexto histórico, cronologia, trechos de canções que fizeram época e comentários dos fotógrafos. A obra é uma das dicas de Edições SM para celebrar o Dia do Repórter, comemorado no Brasil em 16 de fevereiro, e promover novos olhares sobre o mundo.

Para os jovens curiosos, as opções não param aí. Homens da África (160 páginas, R$ 49), de Ahmadou Kourouma, é um retrato detalhado dos traços culturais da África Ocidental descritos por meio do cotidiano e dos costumes de quatro personagens emblemáticos: o griô (poeta, músico e contador de histórias), o caçador, o príncipe e o ferreiro. Combinando textos informativos e ficcionais, o leitor conhece diversos aspectos da vida em aldeias africanas, como a arte, a religião, os costumes, as moradias e as diferentes organizações sociais e políticas. A edição brasileira conta com o apoio da Casa das Áfricas.

A força de Bedirya – A vida de meninas na Eritreia (80 páginas, R$ 21), por sua vez, é o depoimento de um repórter francês, Gérard Dhotel, que visita a Eritreia, na África Ocidental. Ali, ele conhece as condições de vida da população, que sobrevive à seca e ao fim de trinta anos de guerra contra a Etiópia, e acompanha de perto o destino de Bedirya, cujo maior sonho é voltar a estudar. O cotidiano da menina é um retrato fiel e pungente da realidade do país.

Misturando ficção e muita informação, Os pichadores de Jabalia – A vida em um campo de refugiados palestinos (80 páginas, R$ 21) parte da realidade de Youval, soldado israelense que vai servir no campo de Jabalia. Ao acompanhar um pequeno grupo de pichadores que imprime mensagens de resistência nos muros do campo, o soldado aprende que a diferença é uma experiência enriquecedora. A autoria é do israelense Ouzi Dekel, jornalista e militante de movimentos de solidariedade ao povo palestino.

Ser repórter significa não se acomodar, não aceitar as primeiras impressões e investigar os fatos em busca de respostas. Inquietar-se com a realidade é uma postura essencial à prática do jornalismo, e também presente em diversas obras literárias, muitas delas escritas por repórteres reais. As sugestões de Edições SM, indicadas para crianças a partir de 10 anos, incentivam os leitores a descobrir o mundo de maneira atenta e investigativa – como um repórter.