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Para educador, escolas mantêm estratégias de avaliação do século XIV
Apr 24, 2012
Na série Gestor Escolar, de Edições SM, Cipriano Luckesi considera avaliação uma aliada para o sucesso das atividades escolares
Qual é a melhor forma de um professor saber até onde seu conhecimento conseguiu atingir seus educandos? Para o educador Cipriano Luckesi, a avaliação é fundamental para se detectar a eficácia da aprendizagem. Mas, segundo ele, os atos de examinar e avaliar são diferentes. A “avaliação da aprendizagem” é um dos temas da série Gestor Escolar - Fundamentos, que acaba de ser lançada por Edições SM, disponível gratuitamente em seu site para todos os educadores. Licenciado em Filosofia, mestre em Ciências Sociais, doutor em Educação, diplomado em Psicoterapia Somática pelo Centro de Biossíntese da Bahia, Cipriano Luckesi faz um convite à transformação de condutas, no sentido de os educares aprenderem a se servir da avaliação como aliada na busca da qualidade e eficiência nas atividades escolares.
O tema da avaliação da aprendizagem é um dos cinco abordados pela série Gestor Escolar – Fundamentos, disponível no site de Edições SM (clique aqui). Além de textos explicativos e eslaides, há também um vídeo com o próprio Cipriano Luckesi, com 20 minutos de duração, bem como bibliografia complementar, textos de apoio e ficha de avaliação, para que os gestores escolares possam implantar em suas próprias escolas.
A série Gestor Escolar – Fundamentos é uma iniciativa de Edições SM que visa subsidiar o educador brasileiro com abordagens teórico-metodológicas para a compreensão, reflexão e transformação da prática do cotidiano escolar. Integra o projeto educativo do Grupo SM no Brasil, composto pela união do trabalho social realizado pela Fundação SM e o trabalho editorial das empresas do grupo, que publicam livros didáticos e de literatura infantil e juvenil voltados para a formação integral do aluno, com foco na educação em valores.
Práticas seculares - Desde a configuração pedagógica instaurada pela Ordem dos Padres Jesuítas, presente no documento Ratio atque Institutio Studiorum Societatis Jesus (Ordenamento e institucionalização dos estudos na Sociedade de Jesus) no século XIV, o exame foi a ferramenta utilizada por todo o ocidente para saber a qual nível os estudantes chegaram. Mas essa metodologia, que perdura há cinco séculos, “cria processos dentro da sala de aula de seletividade e competição, em que alunos que atingiram o nível satisfatório avançam e os que não são retidos, como se estivessem competindo por algo, concorrendo”, explica Luckesi.
No início do século XX, investimentos em outra forma de conhecer a condição intelectual dos presentes em sala de aula foram feitos pelo americano Ralph Tyler, a fim de instaurar a avaliação da aprendizagem, uma forma distinta do exame que, apesar de ser constituído de ações díspares, ainda possui somente a nomenclatura diferenciada.
“Avaliar significa diagnosticar a qualidade de alguma coisa, seja uma pessoa, um evento e até um processo de ação”, comenta o educador. Já diagnosticar significa “conhecer através de dados”, ou seja, avaliar é um ato de investigar semelhante ao ato de investigar na ciência, portanto, de produzir conhecimento.
Enquanto a ciência produz um conhecimento sobre o funcionamento da realidade, a avaliação produz um conhecimento sobre a qualidade da mesma, buscando oferecer ao ser humano recursos que o auxilie em uma ação mais eficiente. Aplicando esse conceito na pedagogia, avaliar gera um conhecimento sobre a qualidade dos resultados de ensinar e aprender que, consequentemente, ajuda a realizar intervenções necessárias para a correção da qualidade de algo ou dos resultados de uma ação em curso. “Avaliar é uma ferramenta imprescindível, que indica a qualidade dos resultados da ação que, se forem insatisfatórios, necessitam de novas ações buscando a qualidade desejada desde o início do planejamento”, justifica.
O educador divide em três partes o conceito de avaliação aplicado à aprendizagem: “coleta de dados para a avaliação de aprendizagem”, “qualificação dos dados” e, se necessário, por último, a “intervenção”.
Instrumentos adequados - Segundo Luckesi, a capacidade humana de observar é bastante restrita, seja pela limitação dos sentidos ou da percepção, assim como aquilo que se observa, o objeto de estudo, nem sempre expõe suas propriedades facilmente. Luckesi recorre a Marx, para justificar o argumento: “se aparência e essência coincidissem, a ciência não faria sentido”. Dessa forma, “necessitamos de instrumentos sofisticados para ampliarmos nossa capacidade de entender tal realidade que, dependendo de qual for, exige técnicas e ferramentas diferenciadas”, exemplificando como, para investigar o espaço, é necessário um bom telescópio; para conhecer as células e os seres radicalmente pequenos, é indispensável um microscópio. “Esses instrumentos subsidiam o pesquisador a ter precisão em sua coleta de dados para o estudo da realidade estudada”.
No caso da avaliação, os instrumentos de coleta de dados não são quaisquer um, mas aquele que a realidade avaliada exige. Para Luckesi, “não existe teste escrito que possa revelar ser alguém aprendeu a nadar ou não”. O mau uso destes instrumentos muitas vezes pode prejudicar a leitura da realidade, enganando muitas vezes o pesquisador e acarretando em reações nem um pouco positivas para o avaliado.
Nas práticas escolares esse erro muitas vezes foi tratado como algo pouco danoso, quase imperceptível. “Mas isso é um equívoco”, alerta o educador, “pois a falha nessa investigação nas práticas escolares muitas vezes pode acarretar em reprovações indevidas e, mais que isso, a ocultação de decisões que poderiam corrigir algumas deficiências que o avaliado pode conter em sua aprendizagem, causando uma deficiência para o resto de sua vida”. Para erradicar esses erros dentro das escolas, ele cita os cuidados que o professor precisa tomar na hora de criar sua ferramenta de avaliação: ser sistemática e metodológica, com linguagem clara e compreensível, ter complexidade e dificuldade equivalentes à do ensino e um mínimo de precisão.
Para a qualificação dos dados, ele divide os resultados em três níveis: aceitável, inaceitável e plenamente aceitável. Quando o desempenho estiver nos parâmetros da “apropriação mínima necessária dos conteúdos ensinados”, este será considerado o mínimo necessário. Abaixo disso, inaceitável e, acima, excelente. Quase sempre o plenamente aceitável não é atingido, mas o mínimo necessário deve ser atingido por todos. De acordo com LUckesi, “esse mínimo necessário – que configura o padrão de qualidade – não é um mínimo de nota, porém o mínimo necessário de conteúdo aprendido (informações, habilidades e capacidades)”. O que se espera do educando é que tendo se apropriado do mínimo necessário, ele poderá avançar muito além do que foi ensinado. Esse avanço é pessoal, mas a base, o mínimo, é para todos. “Isso possibilita a democratização do ensino e, consequentemente, da sociedade”, argumenta.
Inclusão social - E quando esse “mínimo necessário” não for atingido? Essa é a terceira e última parte da avaliação de aprendizagem. Segundo Luckesi, com o instrumento de coleta de dados bem elaborado, as dificuldades do estudante será apontada automaticamente. Dessa forma, a reaprendizagem não pode ser como um todo, e sim focada na área de dificuldade do avaliado, não necessariamente com os mesmos métodos. “O objeto a ser estudado é o mesmo, porém tratado de forma diferente”, explica. Com isso, essa abordagem visa garantir a aprendizagem mínima a todos os estudantes, diferente da reprovação que para Luckesi, não faz sentido à escola, pois ela indica exclusão. “O ambiente escolar é um local de inclusão e de formação do cidadão que terá participação ativa na vida social como cidadão.”
A série completa está disponível no site www.edicoessm.com.br
O Grupo SM é um grupo de Educação de referência na Espanha e na América Latina liderado pela Fundação SM. Responsabilidade social, inovação e proximidade à escola pautam o trabalho da entidade, que tem como objetivo promover o desenvolvimento humano e a transformação social para a construção de uma sociedade mais competente, crítica e justa.
No Brasil, onde atua desde 2004, o Grupo SM oferece um amplo catálogo de serviços educacionais e conteúdos didáticos e de literatura infantil e juvenil para a educação básica elaborado por Edições SM, e integrado a um projeto que inclui estímulo à formação continuada e à valorização de professores, incentivo à reflexão sobre educação, apoio a projetos socioculturais de diversas instituições, e fomento à leitura e à produção literária. Em parceria com o Ministério da Educação, a Organização dos Estados Ibero-americanos e outras instituições educacionais, promove iniciativas como o Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos e o Prêmio Professores do Brasil. Destacam-se também o Prêmio Ibero-Americano SM de Literatura Infantil e Juvenil e o Prêmio Barco a Vapor, que se propõem a despertar o prazer pela leitura entre crianças e jovens e estimular a produção literária em espanhol e português.
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