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Marina Inoe rompe padrões em sua releitura do Barroco
Aug 05, 2010
Até o final deste mês, os paulistanos poderão apreciar as obras de Marina Inoe na exposição Barroco Reinventado, com curadoria de Percival Tirapeli, que abre nesta sexta-feira, 6 de agosto, às 19h, no Instituto de Artes da Unesp, em São Paulo.
Para Tirapeli, Marina “ultrapassa os limites dos padrões que dividem o mundo em Oriente e Ocidente, branco e preto e dualidades”, como afirma em sua apresentação abaixo.
Barroco Reinventado por Inoe (Percival Tirapeli, curador da exposição)
Marina Inoe apresenta estas obras - Barroco Reinventado - com impetuosidade. Seus referenciais são os retábulos barrocos das igrejas coloniais: a viagem do grupo para Minas Gerais provocou-lhe esta erupção artística. Muitos artistas para lá vão e não voltam. Outros, como os modernistas na viagem de 1924, com Mário de Andrade, Tarsila, Oswald e Cendras, reinventam literatura, pintura, ou mesmo a consciência sobre nosso rico patrimônio. Guignard ensinou em Belo Horizonte. Scliar e outros ficaram pelas ruas tortuosas de Ouro Preto.
Marina voltou e foi a campo. Montou um ateliê no Bom Retiro, durante meses recolheu os excessos do capitalismo consumista – o luxo do lixo – e com os escombros construiu uma obra fascinante. Tal qual nos retábulos, buscou as formas voluptuosas e arredondadas do barroco. Prendeu-as primeiro no rigor da proporção dos limites das molduras e frisos, para depois expeli-las de maneira brutal no espaço de liberdade conquistado pela pós contemporaneidade. O excesso tomou conta de sua mente.
Os símbolos são enfatizados. Corpos mutilados amontoam-se nesta batalha terrestre em busca da espiritualidade. A grande mandorla que envolve as figuras santas no medievo é explicitada como uma genitália feminina. Voraz, plena de sensualidade, tentação, sedução e as últimas contrações do pulsar da vida. A cor vermelha remete à carne, aos condenados que usaram todos os sentidos – tal qual Bosch, em Tentações de Santo Antão – e garantiram mesmo assim o prazer eterno.
Mariana Inoe ultrapassa os limites dos padrões que dividem o mundo em Oriente e Ocidente, branco e preto e dualidades. Introduz em nossos olhos o que a mente barra nas convenções. Seus retábulos são passagens para o inatingível, gozos místicos berninianos e remorsos borromínicos. São sufocantes suspiros dos dannati do Juízo Final. Não há esperança para quem penetrar por estes retábulos.
Goya, Rodin, Blake, Ensor, Munch, Dali, Kahlo, Madona e Tunga apreciariam sem dúvida estes jorros cáusticos expelidos das formas sacras.
Sobre a artista plástica - Marina Inoe Vescica Piscis é bacharel em Escultura, especialista em Arte e Tecnologia pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e mestre em Poéticas Visuais pela Unesp. Principais exposições realizadas: Parangolé visceral, no Museu de Arte Contemporânea (2005), Acalanto visceral, no Caixa Cultural (2006) e Arquitetura da alma, na 8ª Bienal Internacional de Arquitetura (2009).
Exposição Barroco Reinventado
Abertura 6 de agosto, às 19h
Visitação até 30 de agosto
Instituto de Artes da Unesp
Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271
Fone (11) 3393-8546
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