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Bach, o deus dos músicos
Oct 18, 2012
Texto de Alex Gladstone, integrante do CD 'The best of Bach', com interpretação de João Carlos Martins, lançamento do XIII Prêmio Art Supply, promovido pelo Instituto Musical Beethoven.
A vida de Johan Sebastian Bach não teve lances espetaculares. Geograficamente, seus limites foram pequenos – um raio de pouco mais de 100 quilômetros. Trabalhou em Arnstadt (1703-07), Mühlhausen (1707-08), Weimar (1708-1717), Anhalt Köthen (1717-1723) e finalmente em Liepzig (1723-50), onde atuou como Kantor e Diretor da Música na Igreja de São Tomás. De 1729 em diante, também assumiu a direção do Collegium Musicum, para execução de música profana no Café Zimmermann. Mesmo viajando pouquíssimo, foi o mais cosmopolita entre os músicos de seu tempo. Conhecia os estilos musicais que se praticavam na Europa, assimilou-os, deglutiu-os e os aperfeiçoou em suas composições. Os exemplos mais notáveis são os da assimilação do estilo concertante de Antonio Vivaldi, a alemanda e a sarabanda, entre outras; a adoção de abertura á francesa, incluindo os característicos ritmos pontuados; e sobretudo, a transposição para o domínio da musica sacra, da intensidade dramática da ópera italiana.
E, como se isso não fosse pouco, elevou o contraponto a um nível estratosférico. Alberto Savinio, o irmão do pintor Giorgio De Chirico e ele mesmo e também pintor, mostra por que músicos tão diferentes quanto Mozart, Beethoven e Chopin levaram em baixo do braço o Cravo Bem Temperado e o praticavam diariamente: “Antes da descoberta do contraponto, a música, como a filosofia pré-socrática, limitava-se a algumas ideias isoladas que brilhavam a grande distância umas das outras (...). O contraponto é miraculoso. O tema da fuga cai, e é como se uma semente mágica caísse na cabeça de um careca e a transformasse de repente numa floresta de cabelos”.
Esta amostragem de momentos-chaves da obra para teclado de Bach nos conduz à conclusão irreversível de que ele é o compositor a partir do qual todos os demais, nos últimos séculos partiram para conquistar novas formas de expressão. O compositor romântico Robert Schumann, que também foi um excelente crítico musical, explica bem isso: “Com o tempo, as fontes ficam cada vez mais próximas. Beethoven, por exemplo, não precisou estudar tudo o que Mozart precisou. Mozart, por sua vez nem tudo o que Haendel estudou. Haendel, nem tudo o que Palestrina precisou estudar. Isso porque cada um já tinha assimilado seu antecessor. Só um compositor continuou a ser fonte inesgotável de ensinamentos para a criação de todos os outros: Johan Sebastian Bach”.
No final do século XX, quando o mundo comemorou o tricentenário de nascimento de Bach a coleção de 21 CDs de João Carlos Martins com a integral de sua obra para teclado foi internacionalmente lançada o compositor argentino de vanguarda Mauricio Kagel, radicado na Alemanha, definiu deste modo a importância do autor do Cravo Bem Temperado: “pode ser que nem todos os músicos acreditem em Deus; em Bach, porém todos eles acreditam”.
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O Instituto Musical Beethoven (IMB) é uma entidade não-governamental fundada em 2000 com o objetivo de difundir a arte. Para isso, promove a premiação de talentos musicais e o desenvolvimento de trabalhos com artistas voluntários junto a entidades de atuação social, ambiental e cultural. Graças a essa dedicação, a instituição ganhou o Prêmio Cidadania do Anuário Telecom nas edições de 2005 e 2007, com os projetos Art Supply e Programa de Orientação Ocupacional e Escolar (POOE), respectivamente. Seu compromisso e o de seus colaboradores é promover uma filantropia inovadora, transformando a caridade individualista em empreendedorismo social, de modo a formar uma aliança para a criação de uma filantropia estratégica que apresente resultados mensuráveis, possibilitando uma boa interação entre doadores e receptores.
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