Gilberto Gil e Fernando Haddad anunciam linhas de ação para a política nacional do livro

Encerrando o Fórum PNLL Vivaleitura 2006/2008, os ministros da Cultura, Gilberto Gil, e da Educação, Fernando Haddad, anunciaram ontem (13/03) as medidas governamentais para converter o livro e a leitura em política de Estado, durante o encerramento do Fórum PNLL Vivaleitura 2006/2008, realizado nos dias 12 e 13 de março, no Centro de Convenções Anhembi, durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

Em seu pronunciamento, Gil lembrou que a forte mobilização como a vista em 2005 por ocasião do Ano Ibero-americano da Leitura, que contabilizou mais de 100 mil ações, não poderia ser interrompida e defendeu a necessidade de políticas públicas de médio e longo prazos. Para ele, “não é mero acaso que o país hegemônico na economia mundial tenha como o seu principal setor exportador, a partir de 1996, as suas indústrias criativas”. Também Haddad lembrou que não há país que não tenha se desenvolvido sem uma grande cultura do livro. Neste sentido, autores e livros são peças fundamentais para as reformas propostas pelo Ministério da Educação na busca da formação cidadãos participativos.

O documento Linhas de Ação para a Política Nacional do Livro detalha as diretrizes básicas para uma política pública para o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas no Brasil, assim como explicita o papel destes elementos no desenvolvimento social e da cidadania e nas transformações necessárias na sociedade para a construção de uma Nação mais justa. Ele contempla os quatro eixos principais que formam a estrutura básica do Plano Nacional do Livro e Leitura: 1) democratização do acesso, 2) fomento à leitura e formação, 3) valorização do livro e comunicação, 4) apoio à economia do livro. A íntegra do documento bem como a do PNLL podem ser obtidas no Portal do PNLL (www.pnll.gov.br).

Durante o Fórum PNLL Vivaleitura, foi também lançado o Plano Nacional do Livro e Leitura para o triênio 2006/2008. Galeno Amorim, coordenador geral do PNLL, apresentou um diagnóstico da situação brasileira, agravada pela descontinuidade dos programas e pela desarticulação do Estado com a Sociedade, panorama que se pretende mudar com a transformação do tema do livro em política de Estado. Chamando a atenção para a necessidade das articulações institucionais, ele destacou os pontos positivos já alcançados: a mobilização da sociedade e a percepção da importância da leitura no imaginário coletivo. José Marques Castilho Neto, coordenador executivo do PNLL, falou sobre a transição do Vivaleitura para o PNLL, e lembrou que os 185 projetos já cadastrados formam uma base segura e consistente para a incorporação de novas ações. Ele também detalhou a estrutura permanente do PNLL, seus marcos legais, a política de comunicação, as fontes de recursos, as metas e o cronograma a ser seguido até 2008.

O Fórum PNLL Vivaleitura apresentou também cada um dos quatro eixos do Plano Nacional do Livro e Leitura, com o debate de especialistas e dirigentes do governo, iniciativa privada e terceiro setor. O evento foi encerrado com o lançamento do Prêmio Vivaleitura, instituído pelo MinC e pelo MEC e organizado pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), com apoio e patrocínio da Fundação Santillana, numa iniciativa que visa estimular e fomentar a leitura e a formação educacional, bem como reconhecer boas práticas de leitura. Serão premiadas experiências implementadas por bibliotecas, escolas e comunidade em geral.