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OPINIÃO | Terceira Idade: a integração recupera a dignidade
Aug 24, 2006
Para Wilma Motta, deve-se assegurar os direitos básicos de saúde e cidadania dos idosos e integrá-los de forma mais ativa à sociedade.
Por Wilma Motta
Tudo muda muito rapidamente nesta nossa época globalizada. Nem temos tempo, quando tudo é instantâneo, de olhar para aqueles que podem nos ensinar a importância de preservar a memória. Temos muito a aprender com eles, mas também é nosso dever lutar para que sejam dignamente cuidados. Como já disse certa vez a professora Ecléa Bosi, ser velho é lutar para continuar sendo humano. É vencer os entraves que lhe bloqueiam o acesso aos seus direitos conquistados em uma vida de trabalho. É sobreviver às dificuldades para ter um atendimento digno.
Dados do IBGE indicam que a proporção de idosos cresce mais rapidamente que a de crianças. No Brasil, existiam 16 idosos para cada 100 crianças em 1980. Esta relação, no ano 2000, passou para quase 30 idosos por 100 crianças. Só na cidade de São Paulo, 9,3% da população é de idosos, quase um milhão de pessoas. Neste contexto, acredito que precisamos pensar na questão do idoso em duas frentes: assegurar os seus direitos básicos de saúde e cidadania e integrá-los de forma mais ativa à sociedade.
Os Centros de Referência do Idoso (CRI), criados pelo Governo do Estado de São Paulo, são uma referência para o atendimento médico, orientação sobre os direitos dos idosos e opção de lazer e convivência. Só no CRI da zona norte da capital foram realizados, em seu primeiro ano de funcionamento, 225 mil atendimentos médicos e 30 mil de lazer. Primeiro, é preciso estender estes serviços para todos os idosos da cidade de São Paulo, do Interior e do Litoral de nosso Estado.
Mas quero ainda ir além, utilizando o caminho da expressão cultural como forma de integração do idoso à sociedade. Muitas iniciativas mostram do que eles são capazes quando cessam as visões discriminatórias e preconceituosas. Integradas, as pessoas da Terceira Idade recuperam a sua dignidade. E é uma iniciativa duplamente positiva para a sociedade, que ganha também a experiência acumulada em muitas histórias de vida.
A Universidade Aberta à Terceira Idade, da Universidade de São Paulo, por exemplo, iniciou seus cursos em 1993 e hoje conta com mais de 7,5 mil alunos matriculados, deixando claro que a curiosidade e o desejo de aprender não diminui com o tempo. Desde então, muitas outras universidades seguiram esse exemplo. Lembremos ainda das oficinas artísticas que revelam talentos e mostram como a força criativa floresce também na Terceira Idade.
Por meio de parcerias do governo com a incitativa privada, podemos ampliar ações como estas, possibilitando que as memórias vivas de nossa cultura continuem ativas. Com isso, os idosos continuarão a servir à sociedade, mas não por necessidade de sobrevivência, mas como exercício de dignidade. O conhecimento guardado com eles nos é precioso para refletir as mudanças que vivenciamos hoje. Na mistura da experiência com a vontade de ação dos mais jovens podemos encontrar o caminho para uma sociedade mais justa.
Excluir o idoso é excluirmos a todos nós. Os mais velhos não precisam ser tolerados. Pensar assim é uma outra forma de discriminá-los. Precisam é que cessem as barreiras que os impedem de continuarem integrantes ativos de nossa da sociedade. De continuarem a serem humanos.
Wilma Motta foi presidente do Secretariado Estadual e vice-presidente Nacional do PSDB-Mulher. Atualmente, é membro da Executiva Nacional do partido, onde integra a Comissão de Ética, e é vice-presidente do Instituto Sérgio Motta. É candidata a deputada estadual pelo PSDB-SP. Mais informações estão disponíveis no site: www.wilmamotta45455.can.br
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