Fórum
A Gestão da Comunicação no Arte na Escola on line
Nov 23, 2007
Este trabalho resgata o ensino da história da arte no Brasil, até o o uso da internet, e faz um profundo estudo empírico com usuários do site Arte na Escola.
Resumo
Este trabalho trata de Arte na Escola e seu site. Partindo de um breve histórico acerca de suas ações na história da Arte e seu ensino no Brasil, aborda o surgimento de sua página eletrônica, que vem reunindo um grupo significativo de professores de arte. Realizando uma pesquisa junto aos usuários do Arte na Escola on line, fundamentada no conceito de consumo midiático, desenvolvido por Nestor García Canclini, procura conhecer as experiências e o background intelectual, cultural e artístico deste público e propõe um projeto de intervenção para atendê-lo, procurando corresponder aos novos paradigmas de um mundo em constante mutação. O olhar que conduz esta proposta está alicerçado no aporte teórico e conceitual de Jesús Martín-Barbero, que vê a mídia como produtora de cultura e a escola como um espaço de re-imaginação e recriação do espaço público.
Palavras-chave
Comunicação; Arte; Educação; Mídias; Internet.
1. Arte na Escola e a história da Arte e seu ensino no Brasil
Arte na Escola, organização do Terceiro Setor de atividade educacional, sem fins lucrativos, é o objeto de pesquisa para o qual se volta este trabalho.
O ano é 1989 e Evelyn Berg Ioschpe [1], então presidente da Fundação Iochpe [2], estava especialmente dedicada a investigar e descobrir caminhos que levassem a educação a apropriar-se dos saberes mediados pela arte. Seu objetivo inicial era melhorar a qualidade do ensino da arte realizado nas escolas de educação formal.
A história de Arte na Escola parte do encontro do desejo de Evelyn Berg Ioschpe com a Profa. Dra. Ana Mae Barbosa, que na mesma época introduziu e disseminava uma nova e revolucionária abordagem para o ensino da arte: a Metodologia Triangular [3]. A este encontro, somou-se também a possibilidade de associar esse pressuposto conceitual ao uso do vídeo em sala de aula.
Na época, a Fundação Iochpe estava decidida a constituir uma videoteca documental sobre artes visuais e dava início, em 1989, a uma pesquisa que pretendia comprovar que a Metodologia Triangular, associada à mídia vídeo, era uma eficiente proposta metodológica para o ensino da arte na escola. Essa pesquisa culminou em 1992, com a publicação do livro “O Vídeo e a Metodologia Triangular no Ensino da Arte”, de Analice Pillar e Denyse Vieira, ambas coordenadoras da pesquisa, elaborada sob orientação da Profa. Dra. Ana Mae Barbosa.
Tal pesquisa - que deu origem ao Projeto Arte na Escola – desenvolveu-se num período de luta política e conceitual sobre o ensino da arte no Brasil.
Um ano antes de iniciada a pesquisa, em 1989, começava a ser discutida, na Câmara e no Senado, bem como reestruturada, uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que ameaçava retirar Arte do currículo escolar de ensino fundamental e médio. O discurso oficial que imperava à época alegava que era preciso recuperar a educação através dos conteúdos e que Arte não tinha conteúdo. Era preciso resgatar o status de disciplina para a Arte na escola e, desse modo, seus protagonistas (pesquisadores e professores de arte) buscavam aprofundar o pensamento teórico-metodológico na Educação em Artes e explicitar seus conteúdos.
Os resultados da pesquisa, descritos na obra já referida, retratam, pois, uma reflexão metodológica importante para definir Arte como disciplina escolar, com conteúdos próprios e específicos que respondiam a essa busca, não a limitando apenas a um “momento de atividade no currículo escolar”, como fora considerada a partir da LDB de 1971, lei 5692/71 e também como propunha fazer valer o Conselho Federal de Educação (CFE) a partir de novembro de 1986, ao eliminar a área de Comunicação e Expressão do currículo escolar de ensino fundamental e médio. O texto redigido e aprovado pelo CFE reduziu a educação artística a um mero parágrafo que fazia referência à exigência da Educação Artística no currículo. Tal ambigüidade acabou por tornar Arte uma disciplina marginal, chegando mesmo a fazê-la desaparecer da grade curricular de muitas escolas brasileiras.
Até o surgimento da Metodologia Triangular, com raras exceções, o ensino da arte resumia-se a um certo “fazer artístico” encarado como entretenimento, muitas vezes confundido com artesanato, com a produção de decorações e objetos para festas, principalmente em datas comemorativas. Era esse o tipo de “fazer artístico” que dominava as aulas de artes nos anos 70. Quem nunca viu crianças saindo das escolas na época da Páscoa com os rostos pintados e as cabeças enfeitadas por orelhas de coelho feitas com cartolina branca e recheadas de algodão? Este é apenas um exemplo, mas existem muitos outros.
A formação do professor de arte é outro ponto a ser citado, para entender como a prática docente desta disciplina assumiu essa forma: empobrecida, esvaziada de significado e distante da realidade dos alunos, conseqüentemente fraca e desestimulante até mesmo para os próprios professores.
Em 1991, a Profa. Dra. Ana Mae Barbosa, ressalta o “absurdo epistemológico” cometido por cursos de licenciatura, ao destacar que seus currículos pretendiam preparar o professor, em apenas dois anos, para dar conta de lecionar diversas linguagens - música, teatro, artes visuais, desenho, dança e desenho geométrico -, sem considerar que cada uma dessas linguagens possui natureza e características próprias, específicas.
Foi neste contexto que Arte na Escola iniciou suas atividades, tendo como subsídios um desejo e dois instrumentos, que correspondiam ao momento histórico do ensino da arte no Brasil: uma metodologia testada e aprovada (uso do vídeo como auxiliar no ensino da arte a partir dos pressupostos da Metodologia Triangular) e um material de apoio didático, a Videoteca Iochpe de Artes Visuais.
A Fundação Iochpe passou a preocupar-se com a ação de qualificação para o ensino de arte, desenvolvendo suas atividades junto às universidades brasileiras, por meio de um trabalho extensionista. Hoje Arte na Escola conta com 55 Pólos Universitários distribuídos pelo Brasil, compondo a Rede Arte na Escola que, com seus 413 parceiros (instituições educacionais e culturais, públicas e privadas), dissemina e multiplica ações de educação continuada para professores da rede pública de ensino em todo o país, além de distribuir materiais educativos de apoio ao professor.
Em dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que há oito anos estava em processo de tramitação, finalmente foi aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. A Arte foi finalmente incorporada ao currículo escolar como disciplina obrigatória e passava a chamar-se “Educação Artística” no texto da referida Lei.
Quatro anos mais tarde, em 2.000, a Fundação Iochpe resolveu criar, em São Paulo, o Instituto Arte na Escola, com o objetivo de ampliar, garantir consistência, interconexão, efetividade e sustentabilidade à Rede Arte na Escola. Estima-se que em 2006 a Rede Arte na Escola tenha beneficiado cerca de 30 mil professores de arte em todo o Brasil.
Entretanto, apesar das conquistas e de todo o trabalho desenvolvido, a formação do professor ainda deixa muito a desejar. As aulas de arte empobrecidas parecem ter atravessado a década de 90 sem se alterarem substancialmente. No limiar do terceiro milênio, elas ainda se mantêm como um desafio diante das aceleradas inovações científicas e tecnológicas dos últimos anos, uma vez que a maior parte dos professores pratica aulas exclusivamente ligadas à expressão, sem qualquer contextualização. As aulas mantêm-se tradicionais, ainda muito centrada na oralidade e na escrita, em que a imagem e demais recursos audiovisuais são pouco utilizados.
Além das ações de educação continuada associada aos materiais educativos de apoio ao professor, desenvolvidas juntos aos Pólos da Rede Arte na Escola, o Instituto Arte na Escola apóia-se também em diversos recursos de comunicação, para atuar junto aos professores de arte e assim fazer valer sua missão, como o site www.artenaescola.org.br, para o qual se volta este trabalho.
2. O site Arte na Escola
Hoje o Instituto Arte na Escola abarca uma gama de professores muito além daquela atendida pela Rede Arte na Escola que, de forma presencial, atinge cerca de 30 mil professores: os usuários do site www.artenaescola.org.br.
Desde o lançamento de sua segunda versão, no dia 01 de setembro de 2004, até hoje, a página já atendeu mais de 13 mil professores cadastrados [4], um número que não pára de crescer. Além disso, seu público usuário vem se constituindo e crescendo de forma vertiginosa, recebendo mensalmente cerca de 60 mil visitantes únicos por mês. Uma pequena parcela dos professores cadastrados tem acesso às oportunidades de formação continuada oferecidas pela Rede - Grupos de Estudo, seminários, encontros, oficinas etc. - e aos materiais educativos distribuídos por ela, pilares fundamentais para a concretização da missão de Arte na Escola desde seus primórdios.
Isso significa que, se por um lado o site sinaliza um novo público emergente que transcende a Rede, ampliando as possibilidades e o alcance das ações de Arte na Escola, por outro, induz a pensar que o Instituto não estaria cumprindo sua missão junto aos professores cadastrados, já que a maior parte do esforço de trabalho empreendida por ele está voltada à Rede ou é desenvolvida por meio dela. Ou seja, de forma presencial, sem um paralelo no ambiente virtual.
O ingresso do Arte na Escola na web teve início em 2001, quando o Instituto elegeu a internet como mídia para ampliar o atendimento aos professores de arte, para além dos Pólos da Rede, disponibilizando - através da primeira versão de seu site - alguns clipes dos vídeos da Videoteca Arte na Escola e seus respectivos materiais de apoio, entre outras informações e serviços. O objetivo principal da página era ampliar o acesso a esse material já existente, e sobretudo propiciar a troca de experiência entre professores, por meio da área Relatos de Experiência, numa seção interativa a partir da qual os professores podiam enviar seus relatos de prática em sala de aula com o uso dos materiais oferecidos por Arte na Escola, compartilhando suas experiências com outros professores, uma vez que publicados no site. Entretanto, com o site há três anos no ar, os usuários da web pouco acessavam as páginas em que figuravam os materiais de apoio da Videoteca e nenhum professor havia enviado seus relatos de prática, conforme o esperado.
Como aproximar professores de arte daquilo que de melhor Arte na Escola pode oferecer utilizando o ambiente virtual, de forma a fazer sentido, estimulando a participação e, com isso, possibilitando que a missão do Instituto encontre nesse meio um outro espaço para se concretizar? Meu encontro com Arte na Escola deu-se justamente no momento em que o Instituto buscava respostas para essa questão complexa, visando a construção de um novo site para Arte na Escola, o qual tive o privilégio e a oportunidade de empreender.
Acesso e interação foram duas palavras-chave que nortearam meu imaginário durante a concepção da nova página que buscou: fortalecer a identidade visual de Arte na Escola; promover uma atualização e apresentação de conteúdos no espaço-informação coerente com o meio, ou seja, ágil e ampla, de acordo aos interesses dos usuários; propiciar uma navegabilidade que prima por conexão e unidade, tornando a prosa em hipertexto mais agradável, rápida, oferecendo sentido e coerência; construir relacionamento, em que o internauta encontra um meio, um espaço para se expressar; interatividade, ao oferecer novas ferramentas de participação, colocando as pessoas interessadas na Arte e em seu ensino em contato e, por fim, contemplar um espaço dedicado aos Pólos da Rede.
A versão atual do site surpreendeu, tornando-se ela própria uma promessa de novo ambiente para o Instituto realizar sua ação de incentivar e qualificar o ensino da Arte no Brasil.
3. Comunicação digital: um novo mundo de percepções e de produção de conhecimentos
Informação e conhecimento estarão cada vez mais relacionados à comunicação digital e o site Arte na Escola está irremediavelmente inserido nesse contexto. Assim como a imprensa, que revolucionou o processo de transmissão de informações, também a internet promove uma revolução similar, rompendo barreiras de tempo e espaço para além das fronteiras institucionais, de forma transdisciplinar, coletiva, colaborativa. Segundo Pierre Lévy, esse novo contexto lança-nos a uma troca generalizada de saberes, a novas relações de ensino e aprendizagem da sociedade por si mesma, a um contexto sempre móvel, plural, autogerido.
Conforme Adilson Citelli, o aprendizado acontece agora em campos diversificados e cada vez mais é possível “obter informações e mesmo conhecimentos por meio de mecanismos até há pouco privativos do espaço escolar” [5]. Fato é que a escola já não é, de modo algum, o único lugar onde se pode aprender conteúdos, e as formas de ver, perceber, apreender, compreender, sentir, processar o mundo mudaram substancialmente.
Segundo o educador e filósofo Mário Sérgio Cortella, estima-se que uma criança de 7 anos de idade já tenha assistido a 5 mil horas de televisão - uma média de 3 horas por dia - quando chega à sala de aula pela primeira vez. Esse dado por si já sugere que os alunos já não são mais os mesmos.
Luciano ainda não completou 3 anos de idade e já liga a TV, o DVD e sabe inserir o disco no aparelho para assistir os seus desenhos prediletos: “A era do gelo”, “Bob Esponja”, entre outros. Esse menino não faz parte do mundo ficcional; ele faz parte do mundo real. É filho de uma amiga e como ele existem milhões de outros, todos integrantes da geração que desde muito cedo tem familiaridade com toda sorte de aparatos tecnológicos e com o universo midiático. Será que Luciano, ao chegar à escola para ser alfabetizado, escutará do professor um sonoro “Vovô viu a uva”? Se escutar, é provável que ele interprete essa frase, com sua inevitável carga de nonsense, como algum código secreto a ser desvendado ou a senha de um game novo ao qual ele imagina ainda não ter tido acesso. O fato é que, até lá, Luciano provavelmente já terá visto de tudo um pouco, mediado pela tecnologia e em uma velocidade jamais antes experimentada por nós ou pelas gerações que nos precederam, incluindo, logicamente, os seus professores. Quem irá significar e re-significar suas experiências midiáticas? Certamente seus anseios por criar, imaginar, interferir na instância do mundo virtual, serão mais intensos do que os de seus pais, cujos espaços de brincar e interagir estavam necessariamente instalados e delimitados pelo mundo real, com suas resistências, frustrações, dificuldades. Luciano deverá exigir a seu tempo uma nova sala de aula e um processo de ensino e aprendizagem que o inclua como protagonista, não menos do que isso, pois os jovens e crianças contemporâneos são “novos espectadores”. Eles aprendem com o controle remoto da TV, com o joystick do videogame e com o mouse a selecionar, interferir, modificar e partilhar informações, inseridos na dimensão do cyber-espaço. Ou seja: crescem em ambientes mediados pela tecnologia e pela comunicação visual e digital.
Afinal como formar essas crianças e jovens para a realidade do mundo em que vivem, para o mundo no qual estão imersos e para as grandes transformações que ainda estão por vir? Mais ainda: como muni-los de senso crítico diante da invasão de imagens de toda ordem; de referências significativas; de valores humanos; de vínculos genuínos com o outro e com a realidade concreta? Ainda diante desse cenário, como fazer conviverem a TV, computador, o DVD, o videogame com o giz, a lousa, o caderno, o livro? E como ficam a Arte e o seu ensino nesse cenário, que papel eles poderiam desempenhar no contexto da realidade marcada pela explosão de meios de comunicação? Não seria a Arte uma potente interface de acesso entre mundo virtual e mundo real?
É tendo em vista este mundo, com os pés plantados nele e olhando para o futuro que voltamos nossa atenção às potencialidades de um possível trabalho desenvolvido por Arte na Escola em meio virtual. Entretanto, é preciso rever conceitos, examinar o ensino da disciplina Arte no currículo escolar e analisar a formação dos professores que estão à frente dos alunos na sala de aula de artes. Este trabalho pretende pesquisar e dar a conhecer as experiências e o background intelectual, cultural e artístico do público cadastrado no site Arte na Escola, bem como seus valores, dando voz a esses professores para deles extrair outros sentidos para uma mesma missão, de forma a corresponder aos novos paradigmas de um mundo em constante mutação.
4. Metodologia de pesquisa
Visando levantar informações significativas sobre o citado grupo de usuários, foi elaborado um questionário, dividido nas seguintes partes: Dados Pessoais, Formação, Contato com Arte na Escola, Profissão e Consumo Midiático, visando conhecer os hábitos e opiniões dos usuários acerca dos meios de comunicação de massa, segundo o conceito desenvolvido por García Canclini, que caracteriza o consumo não por sua racionalidade econômica, como uma etapa do ciclo produtivo, mas como um processo sociocultural interativo.
(...) o consumo é visto não como a mera possessão individual de objetos isolados mas como a apropriação coletiva, em relações de solidariedade e distinção com outros, de bens que proporcionam satisfações biológicas e simbólicas, que servem para enviar e receber mensagens. [6]
O questionário foi publicado eletronicamente, em página interna do site, num endereço restrito, no dia 04 de outubro de 2006, quando foi enviado um e-mail para 12.010 usuários cadastrados. Cada um recebeu uma mensagem que o convidava a participar da pesquisa, acessada diretamente por meio de link com a página do formulário do questionário a ser respondido on line.
5. Análise descritiva dos dados
Do total de 2.311 questionários preenchidos, selecionamos 1.253 para constituir a nossa amostra , por apresentarem o maior número de campos respondidos, possibilitando-nos assim obter uma amostra mais precisa do público, em sua dimensão, composição e representatividade. Essa amostra corresponde a 10,43% do total de usuários cadastrados com e-mails válidos no site de Arte na Escola. Os questionários respondidos foram tabulados e, a seguir, apresentamos os principais dados obtidos.
O público investigado nesta amostra é feminino (89,15%), tem em média 37 anos, é casado (51,48%) e natural do sudeste do Brasil. A maior parte dos participantes é de nacionalidade brasileira, oriundos de 25 Estados e do Distrito Federal.
Esse público exerce a profissão de professor (85,15%). A maior parte dos pesquisados trabalha na rede pública de ensino, atuando uma média de 9 anos na mesma escola.
Eles têm boa instrução: 43,97% cursaram o Ensino Superior, sendo que 51,16% formaram-se em Artes Visuais (Artes Plásticas). Alguns têm mais de um curso superior e 31,77% do total chegaram à Pós-Graduação.
A maior parte deles - 97,35%, 809 dos respondentes - lê jornal todos os dias ou de uma a três vezes por semana.
Os informantes também têm o hábito de ler livros. 904 pessoas (72,15% do total) apontaram 596 diferentes títulos do último livro lido.
Os resultados também revelam que o grupo pesquisado cultiva o hábito de ir ao cinema pelo menos uma vez por mês. A maior parte deles tem aparelhos de DVD e VHS em casa e costumam alugar filmes.
São consumidores diários de televisão. Para esse público, a televisão é primordialmente um meio de informação, tendo em vista que os programas que eles afirmam não perder são do gênero jornalístico.
Eles raramente vão ao teatro, mas vão ao museu pelo menos uma vez por mês.
Em média, escutam rádio uma hora por dia ou mais.
Seu gosto pela música também é diversificado. Costumam ter acesso à música através de CDs e DVDS, além de irem a shows, concertos e espetáculos.
Em uma das questões, os informantes foram convocados a dar uma nota de 0 a 10 para variados meios de comunicação, levando em conta o ponto de vista artístico. É interessante observar que, na opinião dos informantes, apesar deles assistirem à televisão diariamente, do ponto de vista artístico essa mídia está para a Arte assim como os homens-placa, esses sujeitos que utilizam o seu corpo como suporte para anúncios publicitários e que ficam perambulando pelas ruas dos centros urbanos. A média geral das notas atribuídas aos meios de comunicação conferiu à “TV” e ao “Homem-Placa” a mesma nota, por sinal a mais baixa: 6. Uma outra tela, a do computador, recebeu nota 8, conferida à internet. Até mesmo Grafite, uma arte considerada por muitos como marginal, obteve nota maior que a TV: 9. “Dança” também recebeu nota 9 e, apesar do baixo valor artístico atribuído à televisão, a pesquisa revela que é através dela que muitos deles têm mais acesso a essa forma de expressão artística. Paralelamente alcançaram nota máxima: Desenho, Pintura, Literatura, Teatro e Música. Isso revela que este público tem uma percepção estética clássica ou convencional acerca dos meios de comunicação.
Das quatro linguagens da Arte, as Artes Visuais são por eles consideradas a “mais artística” de todas.
Dentre os movimentos artísticos com os quais os professores respondentes têm mais facilidade e se sentem mais à vontade para trabalhar com seus alunos, os três mais votados, em ordem crescente, foram Cubismo, Impressionismo e Modernismo. Além disso, os participantes apontaram mais 383 diferentes nomes de artistas.
Os nossos informantes também foram solicitados a indicar três nomes de artistas com os quais se identificam e apresentaram 470 diferentes nomes. É interessante observar que os mais citados também são de artistas ligados a movimentos da História da Arte com os quais esses professores têm mais afinidade, revelada no fato de que sentem-se mais à vontade para trabalhar com seus alunos em sala de aula.
Os usuários de Arte na Escola on line que responderam ao questionário, têm computador em casa (92,10%) e costumam acessar a internet todos os dias (72,62%), ou pelo menos uma vez por semana. A maior parte deles nunca participou de cursos à distância.
A internet constitui-se assim como um meio de informação que oferece uma alternativa de formação continuada para este público; e o melhor é que há tempo disponível para isso: 46,40% deles costumam gastar, em média, uma hora ou mais visitando um site na Internet e 30,60%, 30 minutos.
6. Análise interpretativa dos dados
A internet revela-se, diante desta pesquisa junto ao público usuário do site Arte na Escola, como um meio de comunicação que não é de massa. Pelo contrário, ela atende a um público segmentado, com características específicas. Esse público está ávido por informação e por formação continuada, tem uma visão clássica da Arte que, aliás, se deixa entrever em seu repertório midiático e em seus hábitos. Eles já valorizam esse meio. Entretanto o mesmo não ocorre com os meios de comunicação que consomem e que fazem parte de seus cotidianos, como por exemplo, a televisão. Meios esses que estão maciçamente presentes, inclusive, no dia-a-dia dos seus alunos. Esses professores desvalorizam a informação cotidiana que esses meios de comunicação veiculam diariamente, e que não apenas poderia municiá-los com temas e conteúdos variados e significativos, mas também deixá-los mais seguros e aptos para trabalharem em convergência com o imaginário que constitui grande parte da realidade de seus alunos, nas escolas da rede pública nas quais lecionam, imaginário esse formado e consolidado pela TV.
Após 9 anos dando aulas, o público usuário do site, identificado como professor, revela que precisa de reciclagem e o site Arte na Escola apresenta-se como um horizonte de possibilidades.
7. O ensino da arte, as mídias e Arte na Escola on line
Habitamos um mundo que vem trocando a sua paisagem natural por um cenário criado pelo homem, por onde circulam pessoas, produtos, informações e principalmente imagens. E, se temos que conviver diariamente com essa produção infinita, melhor será aprendermos a avaliar essa paisagem, sua função, sua forma e seu conteúdo; e isso requer o uso de nossa sensibilidade estética. Só assim poderemos deixar de ser observadores passivos para nos tornarmos espectadores críticos, participantes e exigentes. [8]
A relação dessa reflexão de Costa com o ensino da arte e seus objetivos é evidente. Ele certamente pode concorrer para aguçar o senso crítico, sensibilizar o olhar para que veja o mundo, ensinando o corpo a vivê-lo e a se expressar nele. Mas o que dizer da aula de arte que se pratica hoje na escola de ensino formal brasileira e de sua relação com as múltiplas realidades do mundo contemporâneo - mediado por intensos processos comunicacionais, midiáticos e tecnológicos -, nas quais a escola, seus alunos e professores estão imersos? O que a aula de Arte mobiliza e o que ela significa de fato, na experiência dessas instituições, de seus alunos e professores atualmente? Afinal, qual a relação tem essa aula de Arte com a vida cotidiana?
Como vimos anteriormente, os movimentos artísticos e os artistas plásticos com os quais os professores mais se identificam, já trabalharam e que lhes parecem facilitar a atividade em sala de aula são nomes representativos da História da Arte do século XIX para trás. Nossa pesquisa indicia que a sala de aula de artes está estacionada no Modernismo brasileiro. De lá para cá, contudo, o mundo mudou muito. É evidente que esse conhecimento é importante, mas a ausência de referências de Arte contemporânea no repertório desses professores chama a atenção. A Arte apresentada nas aulas de Arte da escola parece ser aquela que o professor identifica – numa esfera mais da ordem do senso comum que do conhecimento de Arte – como obra prima. É surpreendente que esse professor seja um ávido consumidor das informações veiculadas nos meios de comunicação - bem como o são seus alunos - e que esse conhecimento, essa experiência de atualidade não seja transferida para o contexto das aulas de Arte. Por quê? A nota atribuída pelos professores à televisão – assim como ao homem-placa - é um indício evidente de um incoerente preconceito contra essa mídia que faz parte atuante de suas vidas. Se as imagens que nos cercam estão, também - e principalmente - na TV, no outdoor, até mesmo no homem-placa e suas “releituras” plantadas nos faróis de São Paulo, é preciso que, da mesma forma, elas estejam na sala de aula de Artes. Assim será possível abordá-las estética e eticamente, buscar compreendê-las enquanto se reflete sobre elas, o que pode tornar alunos e professores igualmente “espectadores críticos, participantes e exigentes” [9], conforme declara Costa.
Para Martín-Barbero, a escola é o lugar de re-imaginação e da recriação do espaço público. E afinal a Arte é a interface privilegiada para exercer a re-imaginação e a re-criação, território de mediação posto entre sujeito, mundo e conhecimento do mundo, permitindo-nos ir além do pensamento convencional e linear, do conceito, da descrição e da análise, levando-nos a visitar espaços desconhecidos dentro e fora de nós a que não teríamos acesso de outra maneira. Devidamente mediada e tratada pela educação escolar como imagem que forma e informa o sujeito para consumir imagens de maneira ativa e crítica, a Arte promove o encontro desse sujeito – mestre e aprendiz - consigo mesmo, com o outro e com o mundo.
Ignorar, subestimar, desprezar a informação que circula nos meios de comunicação no contexto da aula de Artes – por medo, desconhecimento, preconceito - é perder a oportunidade estabelecer um território riquíssimo de diálogo entre a escola e o mundo, o professor e seus alunos, em detrimento de uma saber escolarizado elitista, reconhecido e aprovado socialmente, mas que pouco tem favorecido a compreensão e a ressignificação do cotidiano, em prol da formação de cidadãos críticos e sensíveis, comprometidos com as transformações concretas que urgem à sua volta. Não considerar e incluir parte significativa desse infinito repertório de imagens que nos invade constantemente, possibilitando aos alunos uma interação mais reflexiva e produtiva com e por meio dele é falar sozinho, desvitalizar a escola e a prática docente e, sobretudo, perpetuar a imutabilidade social.
Martín-Barbero chama a atenção para este desafio cultural enfrentado hoje pela escola, desafio “que torna visível a distância cada dia maior entre a cultura ensinada pelos professores e aquela aprendida pelos alunos” [10]. Ele acredita que a mídia é produtora de cultura e que a experiência e, portanto, da construção do conhecimento, não se dá alheia a ela. É preciso, pois, deixar de negar, na sala de aula de Artes, o universo de imagens e informações que fervilham na TV, na internet, nos games e em outras fontes, imagens e informações que estão sendo continuamente despejadas sobre professores e seus alunos. É preciso olhar para elas, procurar modos de interpretá-las, linguagens para falar com elas e para entendê-las, mediados por um olhar que não as teme, mas as quer compreender.
É preciso, pois, refletir sobre novas formas de pensar sobre o que deve ser aprendido e como aprender, sobre informação e imagem, sobre mídias e educação formal. Todavia problematizar a televisão, o homem-placa e as imagens que os outdoors veiculam na sala de aula não significa trabalhar qualquer tipo de produção e repertório com os alunos.
Lógico que a tarefa não é nada fácil, mas não é impossível. Para Guillermo Orozco Gómez, os professores deveriam atuar como agentes mediadores entre o mundo, os meios de comunicação de massa e os alunos, passando de repressores moralistas que os censuram por verem tanta televisão a moderadores dessas experiências, como expectadores críticos que deveriam ser.
É papel do professor ajudar seu aluno a encontrar e construir sentido para as informações que recebe, cada vez menos através da escola, cada vez mais por meio do acesso às mídias digitais, visto que mesmo o aluno da rede pública já tem acesso à internet e a outras fontes midiáticas de informação.
Educar, num contexto complexo, não significa apenas pensar-analisar-interpretar forma e conteúdo, meio e mensagem, mas significa igualmente sentir-agir-transformar, desse modo exercendo um papel recriador na realidade cotidiana. Isso implica entender a comunicação midiática como um processo não apenas válido, mas também poderoso de construção de conhecimento e de mediação social, nos espaços de produção e transformação da cultura.
Mário Kaplún vê a comunicação como um componente pedagógico em que a aprendizagem está relacionada com o exercício da expressão.
A construção do conhecimento e sua comunicação não são, como costumamos imaginar, duas etapas sucessivas através das quais primeiro o sujeito se apropria dele e depois o enuncia. São, isso sim, o resultado de uma interação: alcança-se a organização e a clareza desse conhecimento ao converte-lo em um produto comunicável e efetivamente comunicado. [11]
Citelli também salienta a escola como um espaço onde a mídia deve ser problematizada. “(...) as instituições comunicacionais e escolares tornaram-se lugares interdiscursivos que operam diálogos entre si” [12], diz ele. Eis o contexto para a escola trabalhar a comunicação no âmbito da expressão artística, enquanto mediadora social, que promove, também, transformações na cultura, pois opera uma relação dialética, algo que se modifica ao modificar.
Por isso a aula de Arte deveria ser interativa com as mídias e com aquilo que elas veiculam, em especial as imagens, numa ação recíproca na qual o aluno deixa de ser um mero receptor passivo e se transforma num interventor partícipe.
Para o educador Paulo Freire, “...fazer a História é estar presente nela e não simplesmente nela estar representado” [13]. A idéia de intervenção está aqui contida e se associa à interatividade como seu resultado concreto.
Mas como chegar lá, se nem mesmo o professor se dá conta de que a cultura que ele absorve já não se acessa apenas por meio de livros, que ela se constitui também através das mídias que, inclusive, são fonte de imagens, informação, atualização e conhecimento para ele e também para seus alunos? Arte na Escola on line poderia ajudar esse professor-usuário a vencer seus preconceitos e fazer com que ele venha a exercer seu papel de protagonista-mediador por meio do ensino da Arte, da educação da sensibilidade que as imagens favorecem, da interação simbólica entre alunos e o mundo.
8. Arte na Escola on line inovado: uma proposta de intervenção
Segundo Canclini, o consumo serve para fazer pensar e é exatamente isso que este projeto de intervenção quer propor a Arte na Escola, ao instaurar o professor como consumidor midiático e como mediador de mídias, tendo a Arte como interface e o site Arte na Escola como meio de sensibilização, informação e formação para os usuários que o acessam.
A primeira proposta é a reformulação da home do site, que deverá privilegiar a imagem, dando a ela um lugar de destaque, longe de mantê-la como subsidiária da palavra escrita e com função meramente ilustrativa. Na nova página, a imagem ganhará protagonismo e sentido. Clicando-se no menu principal, escrito, o sistema apresentará ao usuário uma imagem. Ao clicá-la, ele será remetido ao item escolhido: Institucional, Midiateca, Notícias e Informações e Sala de Aula onde a televisão, o homem-placa e os anúncios veiculados em outdoors poderão ser problematizados, tendo a arte como interface.
Canclini defende que é só através da reconquista criativa dos espaços públicos que o consumo poderá se tornar um espaço para pensar e agir significativamente e de forma renovadora a vida social. O site Arte na Escola on line, inovado, presente no novo espaço público ilimitado da internet, poderá torne-se um espaço disponível para essa experiência com o mundo real. Que os professores de Arte de Luciano encontrem Arte na Escola e isso os auxilie a conferir mais sentido às suas experiências pedagógicas e midiáticas cotidianas, para que eles sejam também capazes de encaminhar Luciano a esses e a outros sentidos para a vida e encontros com o mundo. Que além de manusear com maestria as mídias digitais, Luciano possa também aprender a brincar com outras crianças de bota de barro num final da tarde depois da chuva no sítio, o que, além de ser muito divertido e inesquecível é também muito educativo e significativo.
Notas
- Socióloga, jornalista e colecionadora de arte, Evelyn Berg Ioschpe foi diretora do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) de março de 1983 a março de 1987.
- A Fundação Iochpe foi instituída em 1989, em Porto Alegre, pelo Grupo Empresarial Iochpe, atuante na área de auto-peças e componentes ferroviários e que até então desenvolvia projetos culturais voltados à difusão das artes plásticas no Rio Grande do Sul. O Grupo escolheu a Educação como foco central de seu investimento social.
- Sistematizada pela Profa. Dra. Ana Mae Barbosa, a Metodologia Triangular parte da proposta DBAE (Discipline-Based Art Education) para o contexto brasileiro. A proposta DBAE trata de forma integrada a produção, a crítica, a estética e a história da arte, representando um paradigma diferente da auto-expressão criativa, em voga até então, nas aulas de arte. No caso brasileiro, uniram-se as vertentes da crítica e estética em uma só: leitura da imagem; daí a denominação triangular, que contempla o fazer artístico, a leitura da imagem e a história da arte.
- Dado obtido por meio da página administrativa do site Arte na Escola, www.artenaescola.org.br/adm/cadastros, no dia em 03 de novembro de 2006, que mostra o total de 13.380 professores cadastrados.
- Citelli, Adilson. Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. p. 22.
- Canclini, Nestor García. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. p. 66.
- O relatório geral da pesquisa está publicado na página www.artenaescola.org.br/extra_questionario_0310_relatorio.php e poderá ser acessado a qualquer momento.
- Costa, Cristina. Questões de Arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. p.11 e 12.
- Costa, Cristina. Questões de Arte: o belo, a percepção estética e o fazer artístico. p.12.
- Martín-Barbero, Jesús. Heredando el futuro. Pensar la educación desde la comunicación. Revista Nómadas. p. 19.
- Kaplún, Mario. Processos educativos e canais de comunicação. In: Comunicação e Educação. p. 73 e 74.
- Citelli, Adilson. Comunicação e Educação. Linguagem em movimento. p. 143.
- Freire, Paulo. A importância do ato de ler. p. 40. Freire ouviu esta frase de seu amigo Maurício Tragtenberg, durante debate na PUC, em 1981, e a citou em seu livro.
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Trabalho apresentado no II Altercom – Jornada de Inovações Midiáticas e Alternativas Experimentais (setembro/2007)
Monica Kondziolková é formada em Comunicação Visual pela Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Mackenzie de São Paulo e especialista em Gestão da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atua no Terceiro Setor desde 1991 e tem especial interesse nas inter-relações comunicação-educação. É coordenadora da área de comunicação do Instituto Arte na Escola desde 2003.
Contato: [email protected]